A vez da gente

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EDUARDO FIORA

Nas suas campanhas por uma vaga no Legislativo, o agora prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, costumava usar um slogan muito fácil de decorar; “quem sabe, sabe e vota no Kassab”.
Para as comunidades locais, independente de terem alguma ou nenhuma simpatia pelo atual chefe do Executivo Municipal, quem sabe tenha chegado o momento de contar com o efetivo apoio da municipalidade na solução dos graves problemas que afetam a vida cotidiana.
Quem sabe, venha da caneta do prefeito Gilberto a nomeação de um coordenador efetivo para o Centro Esportivo e Educacional Edson Arantes de Nascimento, o Pelezão, que desde janeiro de 2005 vive uma absurda e desrespeitosa interinidade administrativa.
Quem sabe, a luta da Ordem dos Advogados do Brasil por um edifício capaz de reunir num amplo espaço as diversas Varas Judiciais do Fórum da Lapa mereça o aval de Kassab, que receberá, nesse sentido, um apelo do Tribunal de Justiça de São Paulo (ver matéria nesta edição).
No bairro do Jaguaré, centenas de famílias que moram em favelas quem sabe venham, depois de um uma longa e injusta espera, a ser atendidas no prometido e tão necessário projeto de reurbanização dessas áreas de submoradia.
Quem sabe, a Vila Leopoldina possa, a partir dessa nova gestão, receber da prefeitura municipal a devida atenção para um sério problema que não pode ser mais ignorado: o bairro cresce verticalmente, mas caminha sem rumo, desprovido de qualquer planejamento urbano e de infra-estrutura, em desacordo com o estipulado no Plano Estratégico da Subprefeitura da Lapa e na Operação Urbana do bairro, dois documentos abandonados nas gavetas da administração pública.
A comunidade também espera do novo prefeito sinais de uma inequívoca vontade política de restaurar o diálogo do poder público municipal – em todas as suas esferas – com as entidades representativas.
É preciso mudar radicalmente esse modelo de relacionamento que insiste em manter moradores e empreendedores à margem dos processos decisórios.
Talvez fosse o momento de ambos – comunidade e administradores municipais- voltarem na linha do tempo e recuperar o velho mais sempre válido jargão da resistência: quem sabe faz a hora ao invés de esperar acontecer. Juntos podemos fazer valer a hora e a vez da plena cidadania.

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