As indústrias reagem com muita ousadia

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Na última terça-feira, a região teve o prazer de contar com a importante presença do representante das indústrias paulistas. Horácio Lafer Piva falou sobre o atual cenário econômico do País no Centro de Convenções São Camilo para uma platéia composta sobretudo por associados do Centro de Indústrias de São Paulo – Distrital Oeste.
O presidente da Federação das Indústrias de São Paulo, que reúne 40% da produção do Brasil, foi muito claro e objetivo. Fez duras críticas ao encaminhamento político da Reforma Tributária, conjunto de propostas que, segundo ele, desagradou os empresários. Para Piva, resta apenas a determinação das lideranças industriais, comerciais e comunitárias exigirem mudanças no texto original no Senado.
O empresário classificou as taxas de juros (as mais altas do mundo), como impeditivas para o desenvolvimento econômico do Brasil. Além de extorsivas, Piva acredita que este compulsório foi concebido pelo excesso de zelo e falta de ousadia do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem elogiou por ter sido um membro da indústria.
Também se mostrou preocupado com as invasões de propriedades urbanas e rurais. Na sua avaliação, os movimentos querem fazer uma provocação ao presidente para verificar se o atual governo vai seguir à risca as leis vigentes no Brasil. Está à espera da Reforma Trabalhista para aliviar o setor produtivo da carga sobre o emprego.
Ouvido atentamente por 70 empresários durante duas horas, o líder industrial também aproveitou para solicitar a participação de todos os empresários da região para continuarem a pressionar politicamente, sem qualquer apontamento a partidos ou a grupos específicos. Piva quer criar uma frente de resistência às injustiças sofridas pelo setor produtivo do Brasil, carente de uma política industrial, que explore racionalmente a vocação de cada região do País, como biotecnologia na Amazônia, substituição de algumas importações, apoio para criação de multinacionais brasileiras, apoio às micro e pequenas empresas, principalmente aquelas que fornecem para as grandes corporações nacionais.
Por último, Piva gostaria que o governo se preocupasse com o investimento em incorporadores de tecnologia, como acontece na região indiana de Bangalore, onde se desenvolve projetos de programas de computador.
Para minimizar esta situação, independentemente da vontade dos políticos, o presidente da Fiesp/Ciesp propõe que a própria entidade forme clusters, uma espécie de consórcio industrial que serviria para investir em fábricas de segmento específico em lugares determinados. Também sugeriu que a Federação vai criar uma carteira de fomento para emprestar aos empresários a juros mais baixos e competir agressivamente com os bancos. Os recursos viriam de uma corporativa de crédito, uma apoiadora capitalista para concorrer com o capital financeiro.
Embora preocupado com a atual situação brasileira, Piva é um otimista com o potencial do nosso País em superar as dificuldades e conseguir alavancar a produção, o emprego e a renda.
Conforme a leitura do empresário, será possível ainda vermos o Brasil no lugar que merece pela sua importância geopolítica. Por fim, a palestra como um todo nos ensinou que é preciso acreditar e agir. Quem ousa pode errar. Quem não ousa já errou.

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