Budista da região

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JOSÉ DE OLIVEIRA JR. REPÓRTER

Aumenta o número de adeptos do budismo nas imediações do bairro. Esta é a opinião do jovem monge budista Lama Michel Rinpoche. O paulistano de 22 anos viveu na região até se mudar para a Índia. Passou sua infância na Rua Cristiano Viana, antes de se mudar para o Alto de Pinheiros, até morar na Rua Heitor Penteado.
A história de Michel é incomum. Filho de pai judeu e mãe protestante, o jovem mestre teve o primeiro contato com o budismo em 1987, quando tinha cinco anos. Na ocasião, conheceu o monge tibetano Lama Gangchen Rinpoche. “Foi uma grande emoção encontrar pela primeira vez meu mestre, que mudou a trajetória da minha vida”, ressalta Lama Michel, filho de Daniel Calmanowtz e de Bel César, que também aderiram ao budismo.
A primeira viagem ao Oriente aconteceu quando tinha oito anos. Michel visitou em 1989 a Índia e o Nepal. Dois anos mais tarde viajou com Lama Gangchen para o Tibet, onde os monges budistas disseram que ele era a reencarnação de um antigo mestre do passado. “Fiquei muito sensibilizado com a revelação, mas continuei com minha vida normal aqui no Brasil. Até que, aos 12 anos, me perguntei o que iria fazer da minha vida? Uma faculdade, uma profissão, ter dinheiro? Via a infelicidade dos meus amigos. Resolvi seguir o caminho do budismo, junto com meu mestre”, observa o budista.
Lama Michel Rinpoche estuda na Universidade Monástica de Sera-Me, no Estado indiano de Karnataka. Vem ao Brasil uma vez por ano e afirma que o nosso País é considerado do futuro também para o budismo, por ser um lugar muito aberto com uma rica diversidade cultural. “Para nós, a violência pode ser solucionada por uma cultura de paz interior e coletiva”, ensina.
Ele fala da importância de fazer a vida ser significativa, acreditando no crescimento espiritual permanentemente. De acordo com os ensinamentos do budismo, as pessoas devem deixar de lado a avareza, a mesquinharia, a inveja, o ciúme e o egoísmo. “Para chegar à iluminação (nirvana), os seres humanos precisam acabar com os ‘venenos mentais’, melhorando a si próprio a cada dia e aumentando seu amor pela vida, com pensamentos positivos para o benefício da coletividade”, ensina Lama Michel Rinpoche. Segundo o budismo, Lama quer dizer mestre e Rinpoche, precioso.
Criado pela Lama Gangchen World Peace Foundation, o Centro Dharma da Paz (Shíde Choe Tsog), localizado na Sumaré, é um refúgio para as práticas do budismo no Brasil. Há 16 anos, o local se destina a aqueles que querem aprender mais sobre a religião e a filosofia budistas, já que Dharma significa ensinamento. Atualmente, as duas sessões diárias de meditações reúnem até 80 fiéis. O espaço, no entanto, tem capacidade para 60 pessoas. “Por isso, precisamos de um local maior para abrigar o número crescente de pessoas que nos procuram e que se interessam pelos seus ideais”, explica Michel.
Os responsáveis pelo projeto pretendem encontrar e adquirir um terreno de 1,2 mil metros quadrados em São Paulo, onde seriam construídos o Gompa, espaço para o desenvolvimento de uma cultura de paz, a Midiateca, lugar de encontro com a sabedoria, e um Ateliê Cultural.
Quem quiser conhecer o Centro Dharma da Paz basta visitar o local na Rua Aimberê, 2008, ou entrar em contato pelo telefone 3871-4827, ou no site www.centrodedharma.com.br.

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