Calor traz caos ao Pelezão

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No sábado, 21, quando os termômetros da capital registravam 34ºC, a piscina do Centro Educacional e Esportivo Edson Arantes do Nascimento (CEE – Pelezão), que atende basicamente as comunidades dos bairros vizinhos como Lapa e Leopoldina, estava superlotada. Segundo a administração do Clube, cerca de 3 mil pessoas passaram pelas catracas do CEE naquele dia, um dos mais quentes deste verão.
Muitos dos paulistanos que ali estavam se divertindo vinham de bairros próximos como o Jaguaré, onde também existe uma piscina pública. “Moro até perto do Mini-Balneário, mas aqui no Pelezão é muito melhor. Não precisa nem de carteirinha para entrar”, disse um dos tantos adolescentes que brincavam no clube.
Talvez esse último detalhe explique o grande movimento nessas últimas semanas, bem como a precária situação de uso dos equipamentos do balneário. Sem nenhum tipo de controle de entrada dos usuários, com um descuido total nas questões de higiene e saúde, o Pelezão era o triste retrato de como a administração pública olha o patrimônio da população paulistana. O declive antecedendo a entrada do usuário na área do balneário deveria conter água clorada para limpeza dos pés. Ao invés disso, antes mesmo de dar o seu primeiro mergulho, a garotada pisava no que parecia uma poça de barro, já que a cor da água ali colocada era marrom. A mesma pia que servia como bebedouro era usada por muitas mães, que ali lavavam os pés de seus filhos. Várias reclamavam que nos vestiários as duchas não funcionavam e que a limpeza dos sanitários era precária.
Diante desse caótico cenário, os funcionários de plantão naquele sábado se desdobravam para manter algum tipo de ordem no local. O que chamou a atenção da nossa reportagem foi o fato de que com dois programas oficiais promovidos pela prefeitura (Recreio nas Férias e Super Férias em Sampa), o Pelezão não recebeu nenhum tipo de apoio extra no tocante a recursos humanos capazes de dar conta do grande volume de usuários.
Questionada sobre essa situação, a Secretaria Municipal de Esporte (SME), gestora do Super Férias, garantiu que em nenhum momento autorizou a entrada nas piscinas dos diversos CEE sem a apresentação de carteirinhas e exame médico.

Mudanças à vista

Toda essa confusa situação pode ser analisada por um ângulo apontado pelo Jornal da Gente em várias matérias a respeito do Pelezão: o injustificável vazio no cargo de coordenador do Clube, que sempre esteve na alçada da Subprefeitura Lapa, pelo menos até meados deste mês, quando decreto do prefeito José Serra entregou o Pelezão à pasta da Educação. O Diário Oficial do Município de 17 de janeiro tornava publica a nomeação de Bruno Dall´Anase, servidor municipal, para o cargo de “Coordenador de Equipamento de Esportes do CEE Edson Arantes da Nascimento – Pelé -, da Supervisão de Esportes e Lazer da Coordenadoria de Assistência Social e Desenvolvimento da Subprefeitura Lapa”. Acontece que nessa data, o equipamento acabava de ser transferido para a esfera da Secretaria de Educação, a quem caberia a nomeação de um coordenador. “Estamos encaminhando uma solução para preencher essa vaga administrativa no Clube, local que passará, a partir das próximas semanas por amplas reestruturações, inclusive com a contratação de serviços em caráter de emergência”, assegura a coordenadora de Educação de Pirituba, Roseli Arrojo, atual responsável pela gestão do equipamento.

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