Ceagesp rebate Bressan

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Caixas de madeira reformadas estão no centro da discórdia entre subprefeitura e entreposto

Ao palestrar no Colégio Oswald de Andrade, no final de maio, o subprefeito da Lapa, Paulo Bressan, comentou a situação das caixarias que funcionam informalmente ao redor da Ceagesp, na Leopoldina. “É uma atividade irregular, alimentada pela Ceagesp, que não impede a entrada no entreposto das caixas de madeira reutilizadas. Infelizmente, não existe vontade por parte da Ceagesp de realizar um trabalho conjunto com a subprefeitura”, afirmou Bressan.
Procurado pela reportagem JG para avaliar a declaração do subprefeito, o presidente da Ceagesp, Francisco Cajueiro, por meio de sua Assessoria de Imprensa, rebateu as críticas. Segundo nota da Assessoria, a Lei municipal nº 14264 (fevereiro de 2007) reflete em grande parte Instrução Normativa redigida conjuntamente pelo Ministério da Agricultura, Anvisa e o Inmetro. As duas disposições estabelecem que as caixas para transporte e comercialização de produtos hortifrutícolas “in natura” podem ser descartáveis ou retornáveis. Estas últimas devem permitir a higienização a cada uso. A diferença está na rigidez da Lei, pois, enquanto a Instrução Normativa recomenda o uso correto das embalagens, a Lei 14264 proíbe a entrada em território paulistano de produtos em caixas ou engradados de madeira que não estejam devidamente tratados contra ameaças fitossanitárias. Neste ponto, a lei não faz distinção entre higienização e esterilização, que são processos diferentes com custos diferentes. No caso da higienização, o custo pode chegar a R$ 0,40 por caixa a cada uso”.
As caixas de madeira de primeira viagem são utilizadas para produtos mais frágeis e de maior valor, como o tomate, para depois transportar produtos de menor valor e já nas últimas viagens acondicionar mandioca, inhame, e outros de grande resistência e menor preço. A caixa plástica, que exige um investimento inicial elevado, tem seu custo diluído a longo prazo pois suporta mais de 200 viagens, porém requer uma garantia de retorno. “O entreposto da Leopoldina recebe produtos de 1320 municípios. A Lei municipal afetará, portanto, a comercialização de hortifrutícolas. A CEAGESP não se opõe à Lei mas alerta para o fato de que a cadeia produtiva não está preparada para tal mudança, nem estará em 180 dias. Há estudos de famílias de caixas, mas elas ainda não existem no mercado. É preciso que os fornecedores de caixas se adaptem. Restam ainda muitas dúvidas: quem certificará a higienização e/ou esterilização das retornáveis? Sobre que setores recairão os custos?”, questiona a Ceagesp.

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