Comunidade teme impactos viários

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Dois bairros da Zona Oeste, Lapa e Leopoldina passam por uma radical transformação. No lugar de antigas casas ou grandes galpões, erguem-se empreendimentos imobiliários de alto valor, com o metro quadrado, em muitos casos, atingindo o patamar de R$ 3 mil. Os novos cenários lapeano e leopoldinense alteram diretamente o cotidiano dos moradores locais e levantam polêmicas questões, seja do ponto de vista da lei do zoneamento, seja sob a óptica de conceitos urbanísticos politicamente corretos.
Um bom exemplo desse embate entre comunidade e empresas da construção civil é o futuro edifício Páteo Pompéia, localizado na região da rua Guaicurus, próximo à Sociedade Beneficente União Fraterna.
Um dos motivos da polêmica que se abriu entre comunidade e empreendedores é o impacto viário do futuro condomínio na região. Setores comunitários lembram que o empreendimento foi aprovado em 2003, com a Lei de Ocupação e Uso de Solo determinando um recuo frontal do local de 7 metros, pois existe, segundo eles, um projeto de extensão da Avenida Auro Soares de Moura Andrade, algo fundamental para desafogar o trânsito da Avenida Francisco Matarazzo, que possui um tráfego intenso por conta, por exemplo, da Faculdade Uninove, responsável por cerca de 15 mil veículos a mais circulando no local. Segundo representantes da Conselho das Associações Amigos de Bairro da Região da Lapa e Adjacências (Consabs), o empreendimento não obedece esse recuo frontal, impedindo que a Avenida, na região, mantenha-se numa reserva de 18 metros.
Segundo a Consabs, as torres projetadas para o Páteo Pompéia apresentam problemas nesse sentindo, sendo que duas delas têm suas quinas projetadas já na calçada. Como solução, a entidade propõe uma intervenção técnica no empreendimento, com uma pequena rotação das torres 1 e 4, já que existiria espaço suficiente para tal alteração.
Segundo a MAC Construtora, empresa responsável pela obra, “o Páteo Pompéia foi aprovado rigorosamente dentro das exigências legais impostas pela administração pública, principalmente sob a coordenação e diretrizes técnicas ditadas pela Secretaria Municipal de Transportes. Não cabe ao empreendedor nem é permitido pela legislação que o mesmo promova alterações na rede viária pública, entretanto, é obrigação do empreendedor o respeito às exigências legais e, dentro destas exigências, procurar a melhor solução para que haja a menor interferência possível do empreendimento no acesso às vias públicas”. Ainda, segundo a construtora, o acesso ao edifício acontecerá por duas vias públicas: a Rua Joaquim Ferreira e a Avenida. Santa Marina. O fluxo de veículos de visitantes e moradores foi concentrado na Rua Joaquim Ferreira por se tratar de uma rua pequena (mais ou menos 150 m de extensão) e sem saída, servindo de acesso apenas para o trânsito local. “Com esta configuração, a rua surge como via de desaceleração para quem vem da Rua Carlos Vicari, que tem trânsito bastante intenso, de forma que não haverá lentidão alguma gerada pelo empreendimento”, garantem os técnicos da MAC.

Páteo Pompéia: polêmica na região da Guaicurus

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