Descendentes de japoneses mantêm tradições

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Maria Yano e bisneta Crystal: encontro de gerações preserva a cultura nipônica

Religião, esporte e culinária estão entre as tradições preservadas pelos japoneses e descendentes dos imigrantes que chegaram ao Brasil para substituir a mão- de- obra italiana nas lavouras de café, há cem anos.
Do primeiro navio a aportar no País, o Kasato Maru, em 18 de Junho de 1908, com 165 famílias, muitos japoneses seguiram a mesma rota para fugir do desemprego no Japão.
Hoje, o Brasil abriga a maior população japonesa fora do Japão com cerca de 1,5 milhão de pessoas, 326 mil só em São Paulo, segundo o censo de 1988.
A presença oriental em regiões como Lapa, Leopoldina e Jaguaré, é forte. Tanto que os imigrantes fundaram, em 1965, o Anhanguera Nikkei Clube, na Lapa de Baixo, para desenvolver atividades esportivas e culturais da colônia.
Entre os esportes dos imigrantes está o gateball, que surgiu em 1947, no Japão, e há cerca de 20 anos é praticado no Brasil em clubes como o Pelezão e o CDM Parque Continental.

Japoneses da região

A moradora da Lapa, Tomiko Shimosakai, de 91 anos, chegou ao Brasil em 1933, trazendo os costumes que transmitiu aos seus nove filhos, dos quais seis vivos: Marie, o dentista Shigueo, Hideo, Caio, Mie e Yoshihiko. “O respeito aos mais velhos é uma tradição que seguimos”, diz Shigueo e Marie.
Massao Satow tem 88 anos, mas ainda se recorda do dia em que desceu do navio Montevidéu Maru, no Porto de Santos, em 1933. Primeiro, ele morou em Mogi das Cruzes onde cultivava batatas. “Em 1954 abri uma loja na Rua Nossa Senhora da Lapa, a Casa Satow”, conta o imigrante, acrescentando que o comércio continua e é administrado por seus filhos: Márcio e Henrique. Foi nesta época que ele se mudou para a cidade. “A intenção era oferecer um padrão de vida melhor para a família”, revela o filho Henrique, lembrando que seu pai também foi um dos fundadores do tradicional Anhanguera Nikkei Clube.
Maria Tsuyako Yano, de 92 anos, é a mãe de Amélia Haluko Yano, uma moradora do Alto da Lapa e dona de um Buffet na Leopoldina que segue as tradições japonesas. Assim como Shigueo, ela destaca a importância do respeito aos mais velhos.
O coronel da PM Luiz Nakaharada lembra que os imigrantes contribuíram para alguns costumes brasileiros. “A mistura de arroz com o feijão foi o japonês que introduziu no Brasil e o chinelo teve origem no zori, tamanco japonês”, destaca Nakaharada.
Da miscigenação com brasileiros nasceram personalidades como o empresário Silvio Katsuragi, Olga Alonso e Carla Egute, filha do empresário Irineu Egute (falecido), que ainda preservam a cultura oriental.

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