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ROSANE NEVES REPÓRTER
O Instituto Rogacionista Frei Anibal Difrância quer mobilizar a sociedade civil para tirar os menores dos faróis, principalmente das Avenidas Marquês do Paraná e Ermano Marchetti, Lapa de Baixo. A entidade está entrando em contato com empresas, clubes de futebol, Polícia Militar e Conselho Tutelar dos Direitos da Criança e do Adolescente da Lapa para colaborarem na campanha.
De acordo com a assistente social da entidade, Dulcinéia Pastrello, a idéia é fazer com que os possíveis parceiros colaborem com a produção e colocação de faixas, ao longo das avenidas, para que a população deixe de dar dinheiro às crianças nos faróis. A idéia é também pedir aos clubes de futebol para que os jogadores entrem em campo com faixas ou camisetas pedindo para a população não dar esmolas a crianças nos faróis.
Dulcinéia explica que 90% das famílias que ficam nos faróis da Lapa de Baixo pedindo dinheiro são assistidas pelo Instituto Rogacionista. “Aqui eles recebem toda a assistência e as crianças freqüentam nossas instalações. Até acredito que necessitem de dinheiro, mas esses pais precisam se conscientizar de que não podem explorar os filhos e humilhá-los dessa maneira. As crianças não pedem dinheiro porque querem, mas porque são obrigadas a fazer isso”, explica.
A assistente social conta casos de bebês, que freqüentam a creche do Instituto Rogacionista e que, quando saem, são levadas pelas mães para o farol. “As pessoas se sensibilizam com as crianças e acabam dando o dinheiro, mas assim estão estimulando os pais a levá-las com freqüência. Assim ficam expostas ao sol quente e à poluição”, conta.
Para a assistente social, a Polícia Militar poderia colaborar inibindo esses pais. Segundo ela, o pedido é que a PM passe várias vezes aos pontos onde essas crianças ficam, que são as praças Júlio de Mesquita, Pedro Corazza e Jácomo Zanella, e repreender esses pais. Os meses de dezembro, janeiro e outubro são o período em que as crianças mais ficam pedindo nesses locais. Segundo Dulcinéia, é devido ao Natal, início do ano letivo e Dia das Crianças. “Eles dizem que querem brinquedos e dinheiro para a compra do material escolar”, conta. Ela pede à população que doe brinquedos e dinheiro às entidades assistenciais, pois assim estarão colaborando com as crianças e não com a exploração infantil.
O Instituto Rogacionista está instalado há 34 anos na Zona Oeste. A entidade possui quatro creches, que atende crianças de zero a seis anos, e espaço para atividades complementares, atendendo crianças de seis a 14 anos fora do período escolar. Nesse espaço, as crianças fazem atividades de arte-educação como capoeira, dança, teatro e leitura e escrita. Além disso, a entidade mantém cursos de qualificação profissional, para jovens de 15 a 18 anos, com cursos de confeitaria, informática, técnico administrativo e elétrico. O Instituto Rogacionista possui ainda um albergue na Vila Leopoldina e uma Casa Abrigo, também na região. Quem quiser conhecer o instituto, localizado na Avenida Santa Marina, 534, Lapa de Baixo, pode ligar para o telefone 3611-0977.
