Kassab e o atalho

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A conquista de um equipamento público do porte da Assistência Médico Ambulatorial (AMA) pela comunidade da Vila Piauí é algo que merece um instante de reflexão
A AMA em questão, com inauguração prevista para abril, é fruto da persistente luta comunitária, de um lado, e da hábil articulação política, do outro. Na vertente comunidade, os atores foram o Conselho das Associações Amigos de Bairro (Consabs) e Associação Amigos de Bairro de Vila Piauí. A estratégia adotada por Lúcia Oliveira, secretária da Associação, e pelo presidente do Consabs, José Benedito Boneli Morelli, foi muito simples: a costura de um atalho entre a população e a Prefeitura, em substituição à via natural, conhecida pelo nome de Subprefeitura da Lapa.
Em setembro do ano passado na sua primeira visita à Rua Doze de Outubro, a vereadora Mara Gabrilli (PSDB), conversando com as lideranças comunitárias, recebia uma grave denúncia: o total abandono da Unidade Básica de Saúde (UBS) da Vila Piauí. A partir de então, estabeleceu-se o contato direto entre a população da Vila e a Câmara Municipal, o que possibilitou a construção de uma ponte entre a sociedade civil organizada e a Secretaria de Saúde.
Passados seis meses da primeira visita da vereadora à problemática UBS, surge a solução: a comunidade local passará a contar com uma AMA, equipamento cobiçado por moradores de muitos bairros da cidade.
Na terça-feira, 11, Kassab, em visita à Sub Lapa, perguntava à gestora de plantão quantas AMAs existiam na região. Ouviu como resposta que no âmbito regional existe apenas uma unidade em funcionamento no Jaguaré. Foi uma pena que o prefeito deixasse o bairro sem saber da AMA Vila Piauí, em fase de construção.
Pena Kassab ter passado pela Guaicurus, 1000, sem ser informado que a sua base aliada na Câmara agiu na região da Lapa, dando respostas concretas a um grave problema na área da Saúde.
Pena que o prefeito de São Paulo não tenha tomado conhecimento de uma realidade local: toda vez que surgem barreiras nos caminhos que levam à Guaicurus, algo que se tornou comum nos últimos três anos, a comunidade lança mão de atalhos e elege outros interlocutores junto à Prefeitura para fazer valer as suas legítimas demandas. Um deles é a Câmara Municipal, daí a importância de lutarmos por vereadores – natos ou não – que se comprometam, de fato, com as bandeiras dos bairros da gente.

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