Lapa da gente

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Na linha do tempo, fica o eterno registro: Lapa 417 anos, que foram celebrados na sexta-feira, 12 de outubro. Na memória dos bairros que compõem a região da Lapa ficam as lembranças boas e tristes de um passado recente e a esperança de um futuro, no qual cada um de nós se sinta e se reconheça cidadão, de fato e também de direito.
Outro dia, num jantar em família, meus irmãos, que não moram por aqui, me perguntaram: mas por que tanta paixão pela Lapa? Respondi de maneira convencional: ser Lapa, é viver um estado de espírito comunitariamente fraterno. E ainda brinquei: “Não é á toa que a Lapa começa na Guaicurus, número 1. É que lá, há 100 anos, mora uma tradicional União Fraterna”.
Reuniões e brincadeiras familiares à parte, o fato é que quando festejamos o aniversário do bairro, celebramos coisas intangíveis que nos permitem dizer de coração: sou Lapa, sim senhor. Por intangíveis entendam-se valores como a amizade, solidariedade, a vida em comunidade, bem como um conjunto de ações centradas na luta por justiça social e qualidade de vida, o que significa defender bairros mais humanos.
São exatamente esses valores e ações, impossíveis de serem mensurados, que nos dão uma inequívoca noção de pertenci-mento. Ao vivenciá-los, noite e dia, cotidianamente, e ao deixar claro- em particular para todo e qualquer político, bem como para qualquer gestor público -, que deles jamais abriremos mão, nos sentimos ligados a um único cordão umbilical: a Lapa da gente.
Uma Lapa da gente da Lapa: aquela lá do alto, da outra lá de baixo e aquela que atende por Parque. Lapa da gente da Hamburguesa, Bela Aliança, Leopoldina e ainda das Vilas Jaguara e Piauí. Lapa de uma gente romanamente imperial. Lapa que a gente herdou dos coronéis Ipojuca e Anastácio. Lapa dos Remédios, lugar onde tudo começou, como sempre nos lembra o professor José Carlos de Barros Lima. Lapa de uma gente, do outro lado da ponte, no vizinho Jaguaré, que ao reclamar do isolamento administrativo faz questão de dizer: “Também somos distrito Lapa”.E se todos estamos ligados a um mesmo cordão umbilical, quando o assunto é o bairro da gente, nada mais justo do que valorizar a festa anual do Conselho das Associações de Amigos de Bairro da Região da Lapa (Consabs), que no dia 16, nos fará repensar: como é gostoso ser lapeano, por direito ou adoção, não é mesmo, caro mestre Nereu?

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