Lapa real conflita com relatos de Feldman

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No livro “São Paulo, o bom combate da paz”, o ex-secretário da Coordenação das Subprefeituras, Walter Feldman, passa em revista a sua gestão na administração da cidade. Uma leitura atenta dessa publicação leva as comunidades lapeanas a se depararem com contradições entre a realidade vivida no âmbito da Subprefeitura da Lapa e o balanço oficial feito por Feldman.
Um bom exemplo disso está na página 41, onde se lê que “quando Paulo Bressan assumiu a Subprefeitura da Lapa havia 8 mil processos parados. Boa parte era referente à lei da anistia para imóveis irregulares concedida até 2003. Paulo logo percebeu que dar agilidade ao andamento dos processos era importante para a atividade econômica da região. (…) A proposta da Subprefeitura foi aumentar a fiscalização, mas também promover uma mudança cultural. O papel do órgão deixou de ser o de apenas fechar estabelecimentos para ajudar na regularização, abrindo espaço para que os comerciantes se informassem com mais facilidade”.
No mundo real, as comunidades locais foram informadas de uma situação completamente diferente. Em agosto deste ano, poucos dias após assumir o cargo de subprefei ta, sucedendo justamente a Paulo Bressan, Luiza Nagib Eluf anunciava, numa audiência pública, que nos gabinetes da Sub Lapa estavam parados mais de 14 mil processos envolvendo licenças de funcionamento e concessão de alvará.
No tocante ao trabalho de Bressan na Doze de Outubro, o livro relata uma verdade – o ex-subprefeito devolveu o leito carroçavel à população -, mas peca ao dizer que 237 ambulantes atuam no eixo desse importante corredor comercial. Vale aqui lembrar que em outubro de 2005, Paulo Bressan, ao entregar uma Doze de Outubro revitalizada, se comprometia a cumprir o estabelecido em lei: 15 metros de distância entre uma barraca e outra. Dessa forma, seriam permitidas apenas 77 barracas na Doze. Já para a Cincinato Pomponet foram autorizados somente 28 pontos. Ou seja, foi estipulado o trabalho de 105 ambulantes.
Porém, no início de novembro de 2006, quando Bressan ainda era o subprefeito, o Jornal da Gente publicava reportagem a respeito do caos na Doze: “O JG acompanhou a moradora numa caminhada pelo principal centro comercial da Lapa, desde a Rua Barão de Jundiaí até a Cincinato Pomponet. Foi possível contar cerca de 250 barracas, varais e carros dispostos nos dois lados da Doze. Se contadas as barracas montadas também na Cincinato, o número de ambulantes chega a 300”.

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