Ouvir e propor

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É digno de nota o esforço da Ouvidoria Geral da Cidade de São Paulo em dar para população paulistana instrumentos de informação básicos e canais adequados de reivindicação quando o assunto é a qualidade dos serviços públicos.
A reportagem que publicamos na página 24 a respeito deste importante órgão municipal deveria ser motivo de orgulho para nós que levamos a nossa vida cotidiana aqui na Lapa e região. Afinal, não é sempre que teremos na cúpula da Ouvidoria duas cidadãs lapeanas: a própria ouvidora, Maria Inês Fornazaro e Maria Lumena Sampaio, chefe de gabinete.
O relacionamento transparente das duas servidoras públicas com os profissionais do JG nos ensina a valorizar cada vez mais o trabalho da equipe que ambas conduzem desde o ano passado. Com Inês e Lumena aprendemos – nas entrevistas de gabinete e no convívio amigo nas rodas de eventos nos bairros da gente – que o sentido da existência de uma Ouvidoria Municipal vai muito além do registro de avenidas esburacadas ou de filas nos postos de saúde. Nossas amigas de bairro nos mostram que além de ouvir, o trabalho de ambas não pode prescindir da ação de um outro verbo: propor.
Elas nos movem na direção da cobrança por serviços públicos de qualidade, ao mesmo tempo em que chamam a atenção da administração, convidando a todo e qualquer servidor público municipal a se posicionar como profissional a serviço da população.
O serviço oferecido que elas defendem em nosso nome não é algo qualquer realizado por um servidor qualquer. Na análise do que é excelência em prestação de serviço público entram fatores tangíveis, como qualidade do asfalto utilizado ou dos equipamentos disponíveis. Entram também aqueles intangíveis, como responsabilidade e ética no campo da gestão da “res publica”. Para Inês e Lumena não basta cobrar alguém pelo buraco que corrói o asfalto. É preciso dialogar com os gestores para saber como livrar o asfalto da corrosão. É preciso incentivar os servidores a dar pronta resposta às demandas da população, algo a ser tratado de forma balizada e não aleatória.
Quem dialoga com a atual Ouvidoria da Cidade logo aprende que os gestores de plantão ou funcionários públicos de carreira não são patrões de uma comunidade difusa. São apenas cidadãos a serviço de outros cidadãos, que esperam ser tratados com eficiência, respeito e dignidade, como determinam as leis.

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