Restaurado um marco da cidade

0
1000

Eduardo Fiora

“Esse nosso relógio não registra somente a passagem das horas. Ele marca, também, a memória de um tempo em que sua torre dominava a paisagem, hoje tomada por grandes edifícios comerciais e residenciais”. É assim que o economista e presidente da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), Francisco Cajueiro, aborda a reativação do grande relógio cravado, desde 1974, no centro do maior entreposto de alimentos hortifrutigranjeiros da América Latina.
Depois de um longo tempo inativo, ele voltou a funcionar no domingo, 25 de setembro, graças ao apoio da Dimep, uma das maiores empresas de sistemas de controle de acesso do Brasil. A obra de reativação teve inicio em 25 de julho e custou R$ 50 mil.
Foram substituídos o maquinário e os quatro mostradores por outros mais modernos, mantendo as características do equipamento original.
O novo modelo é composto por quatro máquinas independentes, mantidas num padrão de funcionamento comandado por um relógio mestre de alta precisão, que permite a uniformização de horários nas quatro faces da torre.

‘Cidades’ vizinhas

No cargo há menos de dois meses, o presidente da Ceagesp faz valer sua experiência na área agrícola – foi superitendente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) – para falar do presente e do futuro do entreposto paulistano. Cajueiro cita, por exemplo, o fato de a Ceagesp servir de referência, no tocante à tomada de preços, para instituições que medem os índices de inflação em São Paulo e, até mesmo, para prefeituras de todo país. “O fornecimento de merendas escolares passa por processos licitatórios, e o balizamento de preços é feito a partir dos dados por nós coletados”, explica o presidente. “Dessa forma, seria importante inserir o Ceagesp no sistema da Bolsa Mercantil de Futuros” acrescenta o presidente da entidade, que levará essa proposta pessoalmente à direção da BM&F.
Além dos muros do entreposto, o dirigente lança o olhar para o entorno e encontra bases importantes para o desenvolvimento de novos trabalhos no campo comunitário. Ele lembra que na região existem outras verdadeiras ‘cidades’ vizinhas ao Ceagesp, como a USP, os Correios e o Sesi. “O conjunto de alimentos, conhecimento, logística e desenvolvimento social pode resultar em ações potenciais, que ataquem os graves problemas vividos pelas comunidades locais, como, por exemplo, o avanço da prostituição infantil”, finaliza Cajueiro.

SEM COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA