Sehab infla dados da Ilha Verde

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Quem entra na seção “notícias” do site da Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) encontra a seguinte informação datada de 5 de setembro de 2007: “Favela Ilha Verde: Mais uma favela é removida na cidade”. (www6.prefeitura. sp.gov.br/noticias/sec/habitacao/2007/10/0012 ).
Se o leitor passar os olhos pelo texto ficará sabendo que “são 312 famílias que habitam o local de forma precária. Destas, 40 famílias foram para o empreendimento City Jaraguá”.
Setenta dias após a publicação dessa notícia, dezenas de famílias habitando entre os escombros da outrora Favela Ilha Verde (Ponte Anhangüera) desmentem a informação oficial. “Um grupo de moradores ainda espera pela entrega das casas na City Jaraguá”, afirma Nelson Valejo, militante comunitário, que realiza um trabalho de voluntariado junto á população da Ilha Verde, de quem é amigo há 20 anos. “A Sehab alega que existem problemas nas estruturas das caixas d’água, razão pela qual as obras estão atrasadas. Em abril, a Prefeitura prometeu que as 40 famílias mais antigas da Ilha Verde iriam morar no Jaraguá a partir de junho deste ano. Depois adiaram para outubro. Agora falam que as unidades vão ser entregues no final de novembro. A comunidade não tem segurança alguma de que isso vai de fato acontecer”, acrescenta Nelson Valejo.
Como tem sido comum nos casos de remoção de famílias de áreas municipais, a população desalojada recorre, deseperadamente ao Ministério Público para garantir os seus direitos. “A Procuradoria e a Defensoria Pública foram acionadas e estão cobrando providências por parte da Prefeitura”, explica Valejo. “É inaceitável deixar essas 33 famílias morando desse jeito. O terreno parece com um bairro do Iraque que acabou de ser bombardeado por aviões americanos. Tudo isso é vergonhoso”.

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