Sorocabana: um déficit e suas versões

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Floriano na visita que fez ao Rotary da Lapa para pedir ajuda

“Ajudem-nos a salvar esse Hospital, que atende diariamente 2 mil pessoas, a maioria delas via Sistema único de Saúde (SUS)”. A frase, dita em abril, é do presidente do Soroca-bana, Floriano Peixoto Pereira Júnior, dirigindo-se a rotarianos e empresários do comércio,
lembrando que o déficit mensal da instituição chegava a R$ 250 mil. Hoje, Peixoto reconhece que esse buraco mensal, desde o ano passado, na realidade não existe. “Desde que começamos a recebe verbas de um convênio com a Secretaria Estadual de Saúde, em 2005, conseguimos equilibrar as finanças”, confirma o presidente do Sorocabana.
Então, por qual motivo Peixoto procurou, publicamente, o Rotary Lapa, a Distrital Lapa da Associação Comercial, deputados federais e estudais e também o ministro da Previdência Social com um discurso batendo na tecla do déficit mensal de R$ 250 mil? “Quis traçar essa imagem para ajudar o hospital (trazer mais pessoas para o quadro associativo). Lamentavelmente isso acabou atrapalhando o Sorocabana”, admite o presidente da entidade.
Peixoto concedeu entrevista acompanhado de sua filha, Silvia Pereira, que atualmente é vice-presidente do hospital e de uma outra pessoa que preferiu se identificar apenas pelo seu primeiro nome, Marcelo. Uma de suas declarações contradiz ainda mais o próprio Peixoto. Segundo Marcelo, já faz quatro anos que o déficit foi controlado.
Quando se analisa a situação do Soroca- bana, de acordo com os quadros iniciais pintados por Peixoto, é senso comum apontar que o principal problema do hospital parece mesmo ser de ordem administrativa. Essa é a opinião, por exemplo, do ex-secretário de Coordenação das Subprefeituras, Walter Feldman. “Os números da dívida sugerem problemas de gestão”, afirma Feldman. Ele lembrou que as Santas Casas se atolaram em dívidas justamente por insistirem em modelos arcaicos de administração, que hoje não são mais admissíveis.
De fato, no segmento hospitalar privado ou de caráter beneficente, a tendência, segundo a Fundação Getúlio Vargas, é que gestores profissionais assumam a parte financeira e administrativa. No entanto, Floriano Peixoto descarta essa possibilidade. “O Sorocabana continuará sendo administrado pelos ferroviários. Aqui, ao contrário de outros hospitais, atendemos o SUS. Mas eles (hospitais privados) não aceitam esse tipo de atendimento”.

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