Tensão na Guaicurus

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O gabinete principal da Subprefeitura da Lapa, localizada na Rua Guaicurus, 1000, tem vivido momentos delicados, deixando a atual gestão em desconfortável posição. Um dos “calcanhares de Aquiles” é o Shopping Bourbon. Por ter aberto suas portas sem alvará, a empresa recebeu da Sub multa de R$ 23 milhões.
A decisão da subprefeita repercute em duas arenas: na jurídico-administrativa , com a direção do Bourbon tentando reverter a multa, e na política, com o caso chegando à Câmara Municipal. Segundo recente reportagem publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo, vereadores pressionaram a subprefeita, chegando mesmo a falar em prevaricação no caso das multas não aplicadas aos lojistas, que abriram seus estabelecimentos sem alvará.
Nesse fogo cruzado, o primeiro alvo que fica exposto é a Coordenadora de Planejamento Urbano, Anelis Tisovec. Ela sempre defendeu que não há nenhum erro nos procedimentos adotados contra o Bourbon, algo que a subprefeita, até agora, assinou embaixo. Em qualquer uma das 31 subprefeituras, o cargo ocupado por Anelis é considerado um dos mais importantes e seu titular é pessoa de confiança do (a) subpre-feito (a).
No início da noite de quarta-feira.21, circulava a informação de que Anelis havia sido exonerada. Com a Sub trabalhando em esquema de plantão no feriado prolongado, não foi possível confirmar tal notícia. Se a exoneração for fato consumado, ela abriria uma delicada fissura administrativa, cujas conseqüências ainda precisarão ser avaliadas.
Outra questão que deixou a subprefeita da Lapa em situação desconfortável foi o episódio da Feira Cultural da Pompéia, que ela chegou a proibir, tendo cogitado chamar o Exército para garantir a não realização do evento. No final, cedeu, tamanha a pressão política que recebeu.
Por fim, a subprefeita se vê envolvida em outro polêmico episódio. O Patrimônio Histórico (DPH), alertado pelo JG (denuncia documentada com fotos), pediu à Sub ações imediatas contra a destruição deliberada do prédio da Cooperativa Agrícola de Cotia (Av.Jaguaré), imóvel em processo de tombamento. Após uma vistoria, a Sub alega não ter encontrado “vestígios de demolição recente”, deixando perplexo o próprio DPH.
Esse fato abre nova fissura na gestão lapeana, que já demonstra inequívocos sinais de esgotamento.

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