Um novo desafio para a Doze de Outubro

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A Doze de Outubro já foi uma referência na cidade para o que se convencionou chamar de comércio de rua. Como outras vias comerciais de bairro, ela se deteriorou ao longo do tempo até chegar a esta situação caótica dos últimos anos.
As lojas mais sofisticadas foram para os shoppings ou ruas menos movimentadas. Assim, os corredores comerciais acabaram aglutinando estabelecimentos mais populares. A situação ficou ainda mais complicada com a alta taxa de desemprego e a massificação do comércio ambulante, que invadiu as ruas de grande circulação de pedestres.
Muitos lojistas creditam a deterioração dos corredores comerciais à concorrência dos camelôs. Existe uma certa razão nesta argumentação, pois se tornou impossível circular pelas calçadas ocupadas pelas barracas.
No entanto, é bom lembrar que muitos projetos para a melhoria da Doze de Outubro não saíram do papel por falta de empenho dos comerciantes locais. Eles simplesmente deixaram de investir em seu negócio, assistindo passivamente a tomada das ruas pelos camelôs e o crescimento dos shoppings. Afinal, segundo seu ponto de vista, tinham uma ótima desculpa: acusar a prefeitura pela situação.
Diante disso, o próximo dia 15 de abril será um divisor de águas na Doze de Outubro. Nesta data, dos cerca de dois mil ambulantes que atuam na área central do bairro, somente 600 poderão continuar.
A Subprefeitura, responsável pelo cadastramento e emissão dos Termos de Permissão e Uso (TPUs), prevê algumas dificuldades iniciais. Tanto que tem recomendado aos ambulantes regularizados que ocupem seus pontos somente depois da ação conjunta com a Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana para a retirada dos não-autorizados.
Na verdade, o que se espera é uma atitude civilizada para que fatos lamentáveis registrados no centro da cidade, quando da ação da prefeitura contra os ambulantes irregulares, não se repitam. Mas isso é outra história.
Com o ordenamento do comércio ambulante, os lojistas da Doze de Outubro terão um novo desafio pela frente. E ele já foi lançado pelo subprefeito Adaucto José Durigan. Ele quer que os comerciantes da região trabalhem em melhorias na rua, reformando fachadas e calçadas. Este pode ser o primeiro passo para a recuperação daquela área. Mas vai depender da boa vontade que não foi demonstrada nestes anos todos pelos lojistas locais.

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