Uma ação para o futuro no Pelezão

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JOSÉ DE OLIVEIRA JR. REPÓRTER

A cerimônia de plantio de 450 mudas, ocorrida no Clube da Cidade Edson Arantes do Nascimento (Pelezão) na última quarta-feira, tem um efeito simbólico na comunidade lapeana. Além da celebração xintoísta, interpretada pelo ministro desta seita no Brasil, a plantação de cerejeira e ipê representa o ato de acreditar no futuro da região.
Oficialmente, o evento corresponde à comemoração dos 450 anos da cidade de São Paulo, oferecido pela Subprefeitura da Lapa, Comissão Organizadora de Comemoração dos 50 anos de Retomada da Imigração Japonesa no Brasil e pelo comandante do 4º Batalhão da Polícia Militar Metropolitano, o tenente-coronel Luiz Nakaharada. A iniciativa conjunta inédita mostrou como a união de esforços, juntamente com o auxílio da sociedade civil, melhora o panorama de um local, que ficou durante anos degradado e abandonado pelo poder público.
Entretanto, o significado do plantio da cerejeira – árvore símbolo da flora japonesa – e ipê – vegetação abundante no Brasil – é mais singelo. O Pelezão se tornou um santuário de um espaço sagrado, destinado às novas gerações, que terão a nossa mesma missão: cuidar dos novos 450 seres vivos, que embelezam o principal centro esportivo da Lapa.
Reparem bem. Uma muda dessas duas espécies demora muitos anos para conseguir atingir o esplendor de uma árvore. Também é necessário cuidar dessas plantas para conquistar o tamanho pretendido pelos seus cultivadores. Ainda é preciso vigiá-la contra a ação externa, como vandalismo.
Na verdade, todos estes procedimentos lembram o ciclo da vida do ser humano – o frágil bebê é o início do plantio, o jovem necessitado de um caminho significa o momento de crescimento da planta, até chegar, por último, à fase adulta, com a beleza de uma vigorosa árvore.
Este simbolismo tem a ver exatamente com o propósito do xintoísmo, uma seita que prega a convivência e a harmonia entre o movimento da natureza e o desenvolvimento do homem, estabelecendo um vínculo indissociável entre eles, convergindo para a mesma finalidade.
Todas essas palavras acima pretendem apelar para que a comunidade cuide do que pertence a todos nós. As mudas doadas pelos japoneses servem como um bem comum, abençoado pela nossa natureza. Necessitamos, independente de divergências políticas, ideológicas e religiosas, acreditar que o povo brasileiro sabe respeitar o que é seu de direito…para que não sejamos implacavelmente cobrados pelo mundo que deixamos aos nossos filhos e netos.

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