Uma boa iniciativa

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JOSÉ DE OLIVEIRA JR. REPÓRTER

A memória coletiva sobre um determinado fato é essencial para a vida de uma sociedade. Esta expressão é acompanhada pela preocupação em resgatar a história e procurar mostrar para o presente e o futuro o que o passado nos ensinou. Por conta disso, iniciativas da comunidade para recuperar documentação e depoimentos sempre são bem vindos.
Criar um núcleo regional da Revolta Constitucionalista de 1932 é um bom começo para revelar fatos, até então desconhecidos. Também é importante reafirmar para os moradores do bairro de que é importante participar de uma causa. Os estudantes daquela época ensinaram como é essencial lutar pelo estado de direito e legalidade contra a opressão do poder central. Para os jovens da atualidade, esta lembrança significa mais do que ensino de civismo, mas um princípio político de ratificar a democracia como o único meio de chegar a um objetivo coletivo.
Os estudantes de hoje não sabem sobre a história de seus antepassados. A maioria não se importa com o que aconteceu no passado. Além de ser muito triste sob o ponto de vista cultural, os jovens não dão a mínima para uma causa legítima. O civismo é essencial para manter unido o povo pelo ideal de nacionalidade. Esta visão por muito tempo foi encarada como piegas e conservadora por causa do fracasso do Estado brasileiro em garantir o mínimo de decência ao cidadão. Mas, agora mais do que nunca, o respeito aos valores pátrios nunca foi tão importante. A nossa juventude está perdida com o imediatismo da vida moderna e o entretenimento ilusório da mídia. A maioria dos jovens liga apenas para sua diversão egoísta, olhando apenas para si mesmos e esquecem que existem outros pontos de vista e muitos problemas ao seu redor para resolver.
O desafio da nossa comunidade é superar os obstáculos preconceituosos enraizados na estrutura mental da juventude – que percebem o passado como algo velho, morto e sem significado. O núcleo da Revolução de 1932 quer exatamente nadar contra a maré do imediatismo ignorante, com o objetivo de mostrar novas perspectivas educacionais, cívicas e históricas para a nossa juventude.
Temos muito trabalho a fazer. A nova associação precisa muito dos leitores. A entidade necessita de mais documentos e depoimentos de personagens da Lapa que se envolveram na Revolução de 1932. Resgatar esta história regional é um dever cívico de quem tem informações preciosas sobre este acontecimento, que ajudará na compreensão de todo o complexo processo que foi a revolta, ocorrida há 73 anos.
Os leitores que tiverem algum material sobre a Revolução dos estudantes em 1932 poderiam entrar em contato com o Colégio Santo Ivo (telefone 3837-0566), com o objetivo de enriquecer o núcleo da Lapa. A associação deverá ser lançada em maio, data marcada pelo início da revolta contra a ditadura de Getúlio Vargas, culminando na Assembléia Constituinte de 1933 e posterior Constituição de 1934.

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