Vereador pede explicações sobre Cebolão Anhangüera

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A construção de um complexo viário na região da Ponte Anhangüera – projeto de R$ 250 milhões custeado pela concessionária AutoBan – causa pelo menos uma preocupação enquanto preservação do patrimônio histórico da cidade: afinal, qual é o impacto dessa obra no Casarão do Anastácio, antigo “Club House” do Frigorífico Armour do Brasil S/A?
Essa é a pergunta feita pelo vereador Juscelino Gadelha ao Secretário Municipal de Cultura, Carlos Augusto Cali, por meio de ofício encaminhado via Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente da Câmara Mubicipal. “É preciso saber como serão feitas as obras, pois o Casarão é um imóvel em processo de tombamento”, afirma Gadelha. “Sendo assim, as obras do Cebolão são passíveis de licenciamento do órgão de preservação municipal”, acrescenta o parlamentar.
O Casarão do Anastácio está em Processo de Tombamento (Resolução Conpresp 26/92) em virtude de sua história, arquitetura e paisagem local. O imóvel foi construído em terras pertencentes anteriormente ao Coronel Anastácio de Freitas Troncozo, figura de destaque na vida política e social de São Paulo no início do século XIX.
Em 1856 as terras da Fazenda Anastácio foram vendidas ao Brigadeiro Tobias de Aguiar e sua esposa, a Marquesa de Santos, que um ano depois, com a morte do marido, tornou-se a única proprietária até sua morte em 1867.
Herdeiros da Marquesa venderam parte das terras por onde passavam as linhas de transmissão de força elétrica para a Light and Power, em 1913.
O restante da Fazenda Anastácio foi vendido, em 1917, para a Companhia Armour do Brasil. A antiga casa da fazenda, em taipa de pilão, foi demolida posteriormente.
A atual edificação, um casarão seguindo influências do chamado estilo Missões ou Hispânico, foi construída na década de 1920 para abrigar o antigo Club House do Frigorífico Armour do Brasil e funcionou como hospedaria e local de lazer para funcionários daquela empresa.
No local, também havia instalações para criação e treinamento de cavalos para saltos e corridas.
Essas atividades foram desenvolvidas até 1960 quando a área foi vendida para a Empresa Flora S.A. Administração e Comércio (antiga Recordati Indústria e Comércio S.A.), proprietária até hoje.
Sem uso, o casarão encontra-se em processo de deterioração.

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