Reerguer o Sorocabana

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No segundo semestre do ano passado, uma série de reportagens feitas pelo Jornal da Gente mostrou, sem rodeios, o tamanho da crise que colocava em risco o Hospital Sorocabana, instituição filantrópica que obtém suas receitas basicamente a partir do atendimento (consultas, internações e cirurgias) via rede pública (Sistema Único de Saúde – SUS). Também em sucessivas matérias foi tornado público o esforço de um grupo de associados em reverter a crise, buscando na Justiça o respaldo para importantes ações, como a proposta de destituição da presidente e gestora da Associação Beneficente Hospitais Sorocabana, Silvia Pereira.
A mobilização desse pequeno grupo de ferroviários da ativa e aposentados (o Sorocabana nasceu do esforço dos trabalhadores da antiga Estrada de Ferro Sorocabana) teve um primeiro desfecho na terça-feira, dia 26, quando em Assembléia Extraordinária, os associados decidiram pela destituição de Silvia Pereira, entregando provisoriamente a gestão do hospital da Rua Faustolo ao sócio Agostinho Gonçalves, um veterano da instituição.
Abre-se, assim, um novo e crucial momento da história do Sorocabana, que,  conforme indicam análises preliminares, terá de ser reinventado. Um primeiro sinal positivo nesse sentido vem da Secretaria Municipal de Saúde, que, via SUS, mantém neste equipamento 150 leitos, dos quais não pode prescindir sob o risco de colocar em colapso o atendimento público hospitalar na Lapa e bairro vizinhos. A Prefeitura de São Paulo, agindo em parceria com a nova gestão do Sorocabana, indicaria um administrador que passaria a atuar em conjunto com a direção do hospital, no sentido de encontrar saídas para a crise. Se isso se confirmar, podemos imaginar que tal ação venha ser o primeiro ato que antecederá ações de grande porte por parte da Prefeitura. Talvez assim, no médio prazo, o hospital lapeano, totalmente remodelado e modernizado, se torne referência no atendimento público da Região Oeste.  
Afastada uma presidência administrativamente fraca e nada transparente, nomeados novos gestores,  instaurada uma auditória interna independente e concretizado o imprescindível apoio do poder público, cria-se, no Sorocabana, um ambiente propício para o diálogo com importantes setores comunitários interessados em ajudar o hospital a se reerguer e se firmar.

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