Violência e Exclusão

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Do início de janeiro até a primeira
quinzena de novembro, somente na região compreendida pelas Ruas
Schilling, Carlos Weber, Guaipá, Brentano e Nanuque (região da
Leopoldina/Hamburguesa), aconteceram pelo menos 22 assaltos ou furtos a
estabelecimentos comerciais (postos de gasolina, restaurantes, lojas de
moda e acessórios etc). Isso significa uma média de duas ocorrências
por mês, o que mostra lacunas tanto no policiamento preventivo e
ostensivo (PM) – os crimes se repetem ao longo do ano – quanto na ação
investigativa a cargo da Polícia Civil, já que a população não sabe,
até agora, se, por exemplo, a onda de crimes na Hamburguesa é fruto ou
não da ação de uma mesma quadrilha.
Na pauta levantada pelo JG quando o assunto é Segurança Pública, o
verbo que os jornalistas e diretores se propõem a conjugar não é
alarmar, mas sim colaborar. Longe de praticar o alarmismo, a proposta
editorial do JG quando o assunto é Segurança Pública, tem um perfil de
alerta. Nesse sentido, não foram poucas as vezes que noticiamos a
rotina da violência contra o comércio local na Leopoldina, na Lapa, na
Romana e em outros bairros da região. Também não nos furtamos de
lembrar aos comerciantes e moradores vítimas da violência, a
importância do registro de Boletins de Ocorrência, de modo a dar às
forças policias elementos mais concretos para combater a criminalidade.
Em relação às PM e Polícia Civil, esse alerta feito pelas equipes de
reportagem significa, na prática, levar ao conhecimento dos comandantes
e delegados a realidade dos fatos e os anseios de uma população que se
sente acuada diante da escalada da violência que não tem como ser
negada. Tanto ela existe, que o comércio da Hamburguesa se mobiliza no
sentido de buscar uma forma de organização corporativa que se traduza
em bandeiras em defesa de políticas na área da segurança pública.
Se queremos viver em bairros mais seguros, o momento é mais do que
oportuno para que a sociedade reflita e se mobilize em torno de todas
as vertentes que giram ao redor da questão da segurança, sobretudo a
relação entre violência e desigualdade social. Este é o momento para
que todos, nós, inclusive, os gestores de plantão na Guaicurus, 1000,
respondamos a perguntas básicas: afinal, morador de rua é sempre e
apenas um caso de polícia? Quando a Sub Lapa ou a SPtrans erguem muros
de concreto para expulsar os sem-teto, isso tem ou não reflexos diretos
ou indiretos na questão da violência urbana? Com a palavra, a
sociedade.

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