Maçonaria fala sobre crise do Sorocabana

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Hospital tem lixo no pátio e hemodiálese no 7º andar

Se a diretoria do Hospital Sorocabana (fechado desde setembro dado a problemas de ordem financeira) tinha alguma esperança em contar com o apoio de setores da maçonaria paulista, essa expectativa precisa ser revista. Entrevistado pelo Jornal da Gente, o grão-mestre do Grande Oriente Paulista (Gosp), Benedito Marques Ballouk Filho deixou claro seu posicionamento: de fato ele avaliou o caso Sorocabana a pedido do presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Sorocabana, Rubens Craveiro, mas descartou qualquer possibilidade de ajuda ao hospital por conta do tamanho da dívida (mais de R$ 200 milhões).
O grão-mestre do Gosp explicou que a ajuda estudada para o Sorocabana não significava assumir o controle do hopsital, mas sim abrir contatos que pudessem modificar o quadro de crise. “Pensamos (não a maçonoria enquanto instituição, mas um grupo da maçonaria) em ajudar junto à Prefeitura, governo estadual, governo federal, associações de classe”, disse Ballouk. “Recebemos um grupo (do hospital) e dissemos que era preciso conhecer a dívida da empresa. Eles apresentaram passivo de R$ 200 milhões. Perguntei: para começar um trabalho, agora, quanto é necessário? Disseram R$ 5 milhões. Respondi que eu não tinha esse dinheiro. Pedi então ao Craveiro para parar com esse assunto”.

Domomed silencia
A possibilidade da maçonaria ajudar o Sorocabana foi ventilada por Rubens Craveiro numa reunião oficial organizada pelo Ministério Público Estadual (Promotoria da Saúde). Na ocasião, o presidente do hospital, José Carlos Simião disse que a empresa Domomed (com sede na Vila Leopoldina) também tinha interesse em apresentar um plano para salvar o Sorocabana. Procurada durante as duas últimas semanas pelo Jornal da Gente para comentar o assunto, a diretoria da empresa não se manifestou.
Sem receber salários há quatro meses, os funcionários começam a se mobilizar. Eles prometem realizar uma grande manifestação na terça-feira pela manhã na Rua Faustolo, em frente ao hospital. O Sindicato dos Empregados em Estabelecimento de Serviços de Saúde (Sinsaúde), acolhendo pedido dos funcionários, prepara medidas judiciais para garantir o pagamento dos salários atrasados.
Não se sabe quais as condições internas do Sorocabana em relação à higiene, fator que deve ser considerado, já que existe atividade hospitalar em andamento (hemodiálise). Na parte externa os sinais são preocupantes, com sacos de lixo jogados de qualquer maneira no pátio do hospital e banheiros sem papel higiênico.

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