A praça é do povo

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Na Lapa e na Pompeia, eventos e manifestações comunitárias nos dão a oportunidade de refletirmos sobre a ocupação dos espaços públicos pela população.
A Praça José Roberto Leite Penteado (região da City) recebe, neste domingo, 12, mais uma edição do Natal Comunitário, iniciativa do Conselho das Associações Amigos de Bairro da Região da Lapa (Consabs), com apoio do Conselho Gestor Ação Lapa, Prefeitura Municipal e Subprefeitura da Lapa.
Já tivemos a oportunidade de falar neste espaço sobre a importância de ocupar essa privilegiada área verde com atividades que possam ir além de eventos em datas comemorativas como Natal e Dia das Mães. É preciso que nos apropriemos da Praça José Roberto e de outras amplas áreas verdes de maneira contínua.
Ouvimos, dias atrás, do subprefeito Carlos Fernandes, a seguinte opinião sobre áreas verdes na cidade: “elas devem ser espaço de convívio entre as pessoas e não áreas reservadas que, em muitas vezes, são apropriadas como se fossem extensão do quintal de determinada pessoa ou de grupos. Nas praças e nos parques deve prevalecer o sentido do coletivo”.
Tem razão o subprefeito, mas para que isso aconteça nos bairros da gente se faz necessária a intervenção da Subprefeitura da Lapa, órgão que, por meio de sua Supervisão de Cultura, deveria se debruçar num planejamento que rompa os muros do Espaço Cultural Tendal da Lapa e transforme as praças em palcos culturais com apresentação regulares de música, dança, teatro, contação de histórias, entre outras atividades.
Já no Parque da Água Branca, quando o tema á apropriação do espaço público, o momento atual implica em levarmos em conta a mediação de conflitos. Parece não restar dúvida alguma quanto à validade das reformas promovidas pelo Fundo de Solidariedade e Desenvolvimento Social e Cultural do Estado de São Paulo (Fussesp), presidido pela primeira-dama Deuzeni Goldman. Afinal, elas privilegiam aquilo que o subprefeito Carlos Fernandes prega: uma área verde destinada a ser palco do encontro de pessoa de todas as raças, idades e extratos sociais.
O embate que seguiu às obras de revitalização do parque opondo de um lado a primeira-dama e do outro grupos da sociedade civil organizada poderia ter sido evitado se o governo estadual ao invés de iniciar a execução das obras para depois dialogar com a população tivesse invertido a ordem dessa dinâmica. Ou seja, Deuzeni Goldman deveria ter apresentado suas idéias numa Audiência Pública para depois, com a legitimidade de um debate amplo com sociedade, colocá-las em prática. Com as obras em andamento, algumas delas já executadas, cabe ao Ministério da Promotoria do Meio Ambiente intermediar o diálogo entre sociedade civil organizada e Fussesp, corrigindo eventuais problemas criados a partir de um projeto repleto de boas intenções, mas com uma grave falha de origem: sua concepção de cima para baixo.

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