Deficiência estadual

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Quando o assunto em questão são os serviços de alcance social prestados por órgão público, a bola da vez é a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Sob responsabilidade da secretária Linamara Rizzo Battistella, a antiga Estação Especial da Lapa, hoje Instituto de Medicina Física e Reabilitação do Hospital das Clínicas (Faculdade de Medicina da USP), presta relevantes serviços à sociedade mediante ação de um grupo de profissionais especializados. Assim como na época da Estação Especial da Lapa, o instituto da Rede Lucy Montouro tem 70% das atividades destinadas às pessoas com deficiência e 30% para a comunidade em geral, também sem deficiência.
O espaço, localizado à Rua Guaicurus, começa a passar por reformas. Isso limita a sua utilização, sobretudo no que diz respeito às atividades esportivas. Linamara, buscando resguardar a segurança dos usuários, determinou a suspensão das atividades físicas adaptadas, pois a área utilizada para esse fim é a que mais está exposta às obras. Trata-se de uma medida sensata e que, em si, não merece reparos. No entanto, as consequências dessa suspensão são motivo de polêmica, pois as mães dos pacientes matriculados dizem que a diretoria do instituto não oferece encaminhamento para a prática de esportes em outros lugares com profissionais capacitados.
De fato, na relação entregue ao Jornal da Gente pela Assessoria de Imprensa da secretaria, não aparecem equipamentos esportivos propriamente dito. A lista de endereços alternativos contempla, por exemplo, Unidades Básicas de Saúde (UBSs) onde é possível inscrever-se em atividades como caminhadas, meditação ativa, tai chi, entre outras. A prática de esportes adaptados às pessoas com deficiência não é contemplada em nenhum dos endereços listados pela equipe da doutora Linamara, médica e docente da USP.
A suspensão das atividades e a falta de encaminhamento aos usuários levaram a repórter Maria Isabel a ouvir as queixas das mães para posterior questionamento da secretaria estadual. Numa atitude incomum a quem está a serviço do público, a secretária Linamara antecipa-se ao trabalho da repórter e, por telefone, repreendeu, de maneira ríspida, a profissional do Jornal da Gente, que acompanhava uma das mães. Ao receber o inusitado telefonema, a repórter procurava apurar os fatos nas dependências da Estação Especial, que era palco de breves reuniões entre mães e profissionais da entidade sobre a suspensão das atividades. A secretária alegava que a imprensa não podia participar das reuniões. Ao invés de investir seu tempo, pago com o dinheiro do contribuinte, em ações de monitoramento do trabalho de uma imprensa livre, transparente e democrática, a doutora Linamara faria melhor dedicando 100% de suas horas trabalhadas na busca de soluções efetivas e não paliativas aos usuários da Estação Especial, patrimônio da Lapa e da cidade, local de inclusão e não de exclusão.

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