Que venha a CPI

0
1085

Existe, na visão do vereador Carlos Neder (PT), membro do G-8 Lapa (grupo de parlamentares engajados com as questões da área da Sub Lapa), ambiente favorável à criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que se propõe a investigar a crise do Hospital Sorocabana, única referência do Sistema Único de Saúde (SUS) na região, mas que em setembro de 2010 sucumbiu diante de um gigantesco rombo financeiro.
Neder conseguiu 24 assinaturas que permitem a apresentação do pedido de CPI no plenário da Câmara Municipal. Essa etapa do processo irá requerer o voto favorável de 28 dos 55 parlamentares.
No cômputo geral, o deputado já parte com todos os votos da bancada petista, perfazendo 11 parlamentares favoráveis à CPI. Independentemente de pertencerem a base aliada do prefeito, os demais parlamentares do G-8, se forem coerentes em seus posicionamentos em defesa das questões da região da Lapa, deverão votar favoravelmente ao pedido de CPI. Neste caso são mais seis votos favoráveis, uma vez que Neder e Donato, integrantes do G-8, são membros do PT. Sendo assim, 17 votos estariam assegurados.
Restariam, teoricamente, 11 votos a serem conquistados num universo político heterogêneo, que conta com nomes que estão em franca oposição ao prefeito Gilberto Kassab, como Adilson Amadeu (PTB) e Aurélio Miguel (PR).
A luta de Neder no convencimento de seus colegas não será fácil. Isso implica no apoio da sociedade civil organizada, de modo a exercer o máximo de pressão no sentido de sensibilizar o parlamento paulistano a aderir à proposta levantada pelo vereador petista.
A ação do associativismo de bairro, das entidades de representação corporativa e dos movimentos de cidadania será de fundamental importância. Com união de esforços é preciso mostrar à Câmara que o colapso do Sorocabana (hospital e pronto-socorro) afeta moradores de São Paulo e Região Metropolitana com reflexos imediatos na rede de saúde pública da Lapa, cujo pronto-socorro da Avenida Queiroz Filho passa por momento difíceis.
A sociedade, por outro lado, espera uma ação imediata do Ministério Público Estadual, que tarda em sair em defesa do direito do cidadão em ser atendido com dignidade na rede pública de saúde. Como aceitar, por exemplo, que a Prefeitura de São Paulo, deixe por mais de 90 dias um paciente internado no PS Lapa pois não existe leito na rede hospitalar municipal?
Por fim, cabe ao prefeito Gilberto Kassab, cuja gestão repassou nos últimos quatro anos verbas consideráveis (sistema SUS) ao Sorocabana, acatar o pedido oficial feito pelo então superintendente da Distrital Lapa da Associação Comercial de São Paulo, Lys dos Santos, e decretar a utilidade pública do hospital da Rua Faustolo, desapropriando a área e municipalizando todo o complexo hospitalar.

SEM COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA