Cultura da manutenção

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É merecedor de reconhecimento, por parte da comunidade, o empenho da Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Esportes (Seme) e da Subprefeitura da Lapa, na reforma do Clube Escola Pelezão (City Lapa). A deterioração do principal equipamento de caráter público da nossa região era, de fato, inaceitável, e durante muito tempo foi denunciada em inúmeras matérias publicadas neste jornal.
O compromisso da Seme, na gestão do então secretário Walter Feldman (2007-2010) de transformar o Pelezão num equipamento de referência continua de pé e tem sido levado adiante pela equipe do atual secretário, Bebeto Haddad.
Entre 2007 e 2011 várias obras foram realizadas, algumas delas com apoio da Sub Lapa. Destaque para construção das quadras de areia para jogos de futebol e vôlei, inauguração do Jardim Japonês, novos sistema de iluminação, reforma do ginásio e quadras, acessibilidade nas piscinas e a construção de um belíssimo campo de futebol com grama sintética. Essas e outras intervenções, algumas em andamento, transformaram o Pelezão num clube de primeira linha, equipamento do qual devemos nos orgulhar.
Vale, porém, lembrar, observação feita em 2007 por Walter Feldman ao visitar o Pelezão. “A gestão pública não tem uma cultura referente à manutenção”. O alerta é importante, sobretudo neste momento em que recebemos um clube totalmente remodelado. Todo o investimento feito até aqui pela Prefeitura requer, a partir de agora, uma política de manutenção, sem a qual será impossível preservar o Pelezão do assustador fantasma da deterioração. Em cada orçamento anual do município, verbas para manter o clube deverão ser solicitadas pela Seme, mantidas pela Secretaria Municipal do Planejamento e, caso necessário, revistas (para mais) pela Câmara dos Vereadores. E como se trata de um clube com vários serviços oferecidos e instalações de ponta, o custo da manutenção será sempre alto.
E já que estamos falando em equipamentos esportivos municipais, cabe à Seme, também em parceria com a Sub Lapa, avaliar a atual situação dos Clubes da Cidade (antigos CDMs). Não há política alguma para tais equipamentos. Não se sabe quem são seus gestores: ONGs, OSCIPs, Associações Amigos de Bairro? Elas prestam contas à comunidade e à municipalidade? Qual o papel da Prefeitura na fiscalização desses equipamentos? Afinal, estamos falando de equipamentos públicos ou de estruturas parcialmente privatizadas? Eles cumprem função social ampla ou poderiam dar espaço para creche ou Unidade Básica de Saúde (UBS), demandas de peso no âmbito da região?
Em conjunto, a Secretaria Municipal de Esportes e Subprefeitura da Lapa, deveriam organizar Audiência Pública de modo a expor à comunidade a real situação dos Clubes da Cidade.

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