Segurança e comunidade

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A morte na noite do sábado, 29, de Vanessa Ferreira Carobene, 21 anos, em frente à casa onde morava, na City Lapa, reascende o debate em relação à segurança pública.Vanessa acabara de entrar no carro do namorado quando o casal notou a presença de suspeitos. O namorado, então, acelerou o carro e um dos bandidos disparou um tiro que atingiu Vanessa na altura do coração. A jovem morreu a caminho do hospital. 
A dor imensa dos pais de Vanessa está sendo amparada por familiares e amigos, inclusive da Paróquia Nossa Senhora de Fátima da Vila Leopoldina. Mesmo que pudéssemos estar ao lado deles nesse momento, jamais poderíamos ter a exata dimensão do tamanho de tal sentimento de perda. Diante dessa tragédia, resta-nos, enquanto comunidade, ser humanamente solidários à família Carobene. Enquanto imprensa que somos, é nosso dever olhar para essa tragédia e perguntar: o que deve ser mudado no quadro da segurança pública para evitar que fatos assim se repitam?
Valeria insistirmos no aumento de efetivos no 4º Batalhão da PM afinal, o censo de 2010 revela que, em 10 anos, a região da Sub Lapa teve um incremento populacional da ordem de 34 mil pessoas.  
Mas se o aumento de efetivos é algo com o qual não podemos contar de imediato, temos que procurar aquilo que o Boneli chamava de atalhos. Um deles é pressionar a Secretaria de Segurança Pública a retirar a função de escolta de presos (Cadeião Pinheiros, na Leopoldina) e menores sob custódia (Fundação Casa – Leopoldina) dos ombros da PM, liberando os policiais para ações nas ruas.Precisamos, também, retomar ações proativas. Documento datado de 2010 e batizado de Gespol (Sistema de Gestão da Polícia Militar do Estado de São Paulo) pode ser uma chave de leitura as ações conjuntas. Um dos capítulos do Gespol fala do policiamento comunitário como doutrina da PM. “A Polícia Comunitária, enquanto princípio é uma filosofia e, ao mesmo tempo, uma estratégia institucional.  Como estratégia direciona esforços, medidas e programas institucionais no sentido de criar condições de aproximação comunitária, obtendo-se, mutuamente, respaldo, cooperação, parceria e participação para a melhoria da qualidade de vida das pessoas”. 
Nos últimos meses, o comando regional da PM acenou, por duas vezes, para esse tipo de iniciativa, mas a resposta comunitária foi absolutamente tímida, quase inexistente. Se quisermos, de fato, mais segurança nos bairros da gente, temos que voltar a ser proativos. 

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