Antiga fábrica de torrefação vira patrimônio da C

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Proprietário terá que preservar as características e valor histórico da construção

O Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo – Conpresp – tombou o conjunto arquitetônico da antiga Fábrica de Torrefação de Café e Refinaria de Açúcar Santa Efigênia, localizado na Rua Carlos Vicari, números 205 a 211, na Lapa. O processo de tombamento, iniciado em 2005, foi solicitado por Léa Francesconi, filha do dono da antiga fábrica que funcionou até o fim dos anos 1990. O imóvel tinha ficado de herança para um primo. O pedido foi feito logo após a venda para o Sonda Supermercados que instalou uma de suas lojas, na área vizinha, na esquina da Rua Carlos Vicari e Rua Clélia. Durante os sete anos do processo, o sobrado e a chaminé da antiga fábrica ficaram sem manutenção, pichado e deteriorado, quase foram demolidos pelo dono durante a construção da loja. Mas o processo de tombamento impediu qualquer alteração no imóvel, nem mesmo reparos de conservação.Para tombar o prédio, os conselheiros consideraram o valor histórico das instalações, por tratar-se de um dos poucos exemplares arquitetônicos da Cidade remanescentes do período de industrialização ocorrido no final da década de 1920. Eles também avaliaram a construção como um documento cultural dos aspectos socioeconômicos da formação do bairro da Lapa. O desafio será a recuperação do patrimônio. A Secretaria Municipal de Cultura informa que não há nenhuma verba pública destinada à preservação do imóvel tombado. Segundo o órgão, o tombamento é um reconhecimento de valor histórico do imóvel, mas a responsabilidade da manutenção continua sendo do proprietário. Com o tombamento, o dono terá que preservar as características do sobrado, em especial os elementos construtivos de características ecléticas como cobertura, envasaduras, esquadrias, revestimentos e componentes arquitetônicos remanescentes do período da antiga fábrica além da chaminé e suas características arquitetônicas e construtivas. Qualquer projeto ou intervenção, incluindo pequenos reparos, no conjunto tombado deverá ser previamente analisado pelo DPH e aprovado pelo Conpresp.O tombamento foi definido na reunião do Conpresp de 6 de novembro de 2012, mas só foi publicada no Diário Oficial da Cidade de São Paulo do último dia 17, quando entrou em vigor.

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