A tribuna popular e a comunidade

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Segunda-feira é feriado de 7 de setembro, Dia da Independência do Brasil. Desde o histórico grito de “Independência ou Morte” de D. Pedro I (em 1822 – às margens do Riacho Ipiranga – retratado em quadros e encenado diversas vezes nas escolas), muita coisa mudou, mas ainda somos um povo que, na maioria das vezes, ganha as coisas no grito. Basta lembrar as manifestações dos últimos anos. Foram muitas. O descontentamento do povo em relação à política é marcado pela promessa de novos protestos. A diferença de D. Pedro é que o grito das ruas tem a força do coletivo, do povo. Naquela época, o fato marcou o fim do domínio da coroa portuguesa sobre o território colonial brasileiro. Hoje temos outros problemas. E são muitos.
Mudar uma situação exige mais do que assistir ao grito das ruas. Exige participação. Para transformar uma realidade é preciso se tornar um dos atores dessa mudança.
Uma oportunidade que se apresenta para o exercício dessa cidadania é a sessão pública “Câmara no seu bairro” que chega a região da Subprefeitura da Lapa na próxima sexta-feira (11), na Casa de Cultura Tendal da Lapa. Em época de descrédito de políticos que usam o poder em benefício próprio, o programa da mesa diretora da Câmara Municipal de São Paulo tem o objetivo de aproximar a população e do trabalho legislativo. De aproximar eleitores de eleitos.
A ação do parlamento municipal abre espaço para pedidos de melhoria e cobrança aqueles que a comunidade ajudou a eleger com seu voto. Quem quiser se manifestar na sessão terá que fazer a inscrição previamente. A “Câmara no seu bairro” é dividida em duas partes: o Pequeno Expediente e a Tribuna Popular. Na primeira parte acontece o Pequeno Expediente onde cada vereador presente terá cinco minutos para expor as suas ideias. No segundo momento será a vez dos moradores inscritos usarem a Tribuna Popular para apresentar propostas e sugestões para a melhoria de sua região, da cidade. As demandas serão avaliadas pela Câmara e poderão ser encaminhadas aos órgãos competentes, transformadas em iniciativas de lei ou de fiscalização do legislativo.
Pena que a Lapa é uma das poucas subprefeituras da Cidade com sessão pública programada para uma na sexta-feira, em horário de final do expediente comercial, quando muitos trabalhadores tentam se deslocar no trânsito complicado da grande Metrópole. Não tinha sábado suficiente para fazer as sessões de todas as subprefeituras ainda este ano, justificou a assessoria da presidência da Câmara Municipal. Só a Lapa, Pinheiros, Vila Mariana e Penha que ficaram às sextas-feiras, as demais são aos sábados. Talvez esse detalhe atrapalhe a participação da comunidade na Tribuna Popular.

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