Zoneamento e Adoniran

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”Eu arranjei o meu dinheiro (…)/Fabricando potes e lá no alto da Mooca – Eu comprei um lindo lote 10 de frente e 10 de fundos/ Construí minha maloca/ Me disseram que sem planta/ Não se pode construir/ Mas quem trabalha tudo pode conseguir/ João Saracura que é fiscal da Prefeitura/ Foi um grande amigo, arranjou tudo pra mim…”

Pois é! Trecho da música “Abrigo de Vagabundos” gravada em 1958, por Demônios da Garoa, não se passou na Lapa, mas poderia. Naquela época, não tínhamos Plano Diretor e nem Lei de Zoneamento. Não havia lote mínimo, mas também não era permitido construir sem planta. O protagonismo da organização do solo da cidade era da Cia City, responsável pelo loteamento Alto da Lapa – “precursora do urbanismo prático em São Paulo”. O resto era tratado pela Lei de mercado, pelo bom gosto e voracidade do empreendedor.

Hoje, estamos cuidando da Lei do Zoneamento, e há muito a contribuir enquanto legislador e como relator do projeto. Por exemplo, faltam agentes vistores na Cidade, que tem cerca de 400 e deveríamos ter dois mil. Hoje se exige uma fiscalização eficiente, com tecnologia de informação. Sem isso podemos perder todo o nosso trabalho. Cada tempo tem suas regras e suas verdades. São verdades transitórias. A vida é assim! O lote do Adoniran teria hoje o conceito de moradia digna, na Mooca, ou na Lapa, com certeza, muito… muito mais que especial! Pois se já construiu e está regular, “ninguém pode demolir”!
No dia 29 a Lapa será tema de audiência pública, onde se discutirá o seu futuro. O que fazer para desenvolver o bairro e manter a qualidade de vida? O que fazer com os galpões e com as zonas industriais? Participe!

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