Educação no ano novo

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A visita do carteiro não deixa dúvidas que o ano novo começou. São contas e mais contas na caixa de correspondência. 2016 chegou com aumento de impostos, combustíveis e do salário mínimo de R$ 780 para R$ 880, pouco para tantas outras despesas que o cidadão terá que pagar em janeiro: IPVA, IPTU, escola das crianças, material escolar, combustível e por ai vai.

Mas para os estudantes das escolas que foram ocupadas pelo movimento contra a reorganização da Rede Estadual de Ensino, 2015 ainda não terminou. Eles terão que cumprir o restante do calendário do ano letivo 2015 antes do começo das aulas desse ano. Desta vez, o início das atividades da rede estadual está marcado para 15 de fevereiro. A reposição das aulas em escolas como Anhanguera e Romeu de Moraes começou esta semana em outros espaços porque os prédios continuavam ocupados: alunos da Anhanguera na Escola Alexandre Von Humboldt e do Romeu de Moraes na Escola Pereira Barreto. De todas as escolas tomadas pelo movimento, só quatro começaram a semana ocupadas. Duas (da região da Lapa) foram entregues a representantes da Secretaria de Educação (Diretoria de Ensino Centro Oeste) na quinta-feira: a Romeu de Moraes e a Ciridião Buarque. A entrega foi feita após faxina realizada pelos estudantes. Segundo a dirigente de Ensino, Rosângela Valim, os prédios estavam em ordem.

Restam duas, a Anhanguera na Lapa e a Godofredo Furtado de Pinheiros. Para a estudante do 3º ano do Anhanguera, Ingrid Gollo, a ocupação atrapalhou os alunos que queriam se formar e que precisam do diploma para entrar na faculdade. Ela é uma das alunas que está concluindo os estudos de 2015 este ano por causa da ocupação.

A líder da ocupação na Romeu de Moraes e a aluna do 3º ano do Ensino Médio, Gabriela Oliveira não pensa como Ingrid. A jovem avaliou a ocupação como necessária. Junto com o prédio, os estudantes da Romeu entregaram ofício com reivindicações aos representantes da Diretoria de Ensino. Eles pedem o anfiteatro para debate, filmes, aulas livres e oficinas aos sábados, tudo voltado para educação. “A gente está em busca de uma educação libertadora que vem através do conhecimento que em aula a gente não tem. Vamos continuar lutando pela Educação de qualidade”, disse Gabriela. Assim como ela, a sociedade quer uma educação de qualidade. No anúncio de adiamento da reorganização escolar no início de dezembro, o governador Alckmin prometeu aprofundar o diálogo com estudantes, pais e professores sobre os rumos da educação.

A expectativa da dirigente Rosangela Valim, é que os alunos cumpram a proposta de desocupar a Escola Anhanguera na próxima quinta-feira e os estudantes da Godofredo Furtado na segunda-feira. Devagar as escolas voltam à normalidade. Uma coisa é certa, o movimento de ocupação deixa uma reflexão sobre o que queremos para a educação no ano novo.

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