Presente de Páscoa

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“Nem parece a mesma”, diziam alguns pedestres, outros indagavam “é um presente de Páscoa” ao comentar o novo visual da passagem “toca da onça” – que liga a Lapa de Baixo – pela Rua William Speers a região do Mercado Municipal – na Rua John Harrison – reaberta na manhã de quinta-feira depois de quase quatro meses da primeira interdição para reforma. Alvo de pichações e constantes furtos de lâmpadas, a obra foi iniciada em 2 de dezembro de 2015 pela empreiteira contratada pela Prefeitura, mas os trabalhos foram suspensos em 7 de janeiro por 50 dias. Em dia 27 de fevereiro os serviços foram retomados, mas na semana passada moradores e comerciantes reclamavam o reduzido número de trabalhadores e a morosidade da obra. Eles temiam que a travessia, importante para a comunidade passar de um lado ao outro do bairro, permanecesse fechada por mais tempo que o anunciado na placa da obra: 20 de março. Atrasou três dias.

A reforma foi entregue na quarta-feira (23) e reaberta na quinta-feira, 24, para alegria de comerciantes da região da Rua William Speers. A “toca da onça” é uma importante passagem tanto de moradores quanto de outras pessoas que chegam ao bairro de transporte público para ir às compras, estudar, trabalhar ou ir ao médico.

O subprefeito da Lapa José Antonio Queija reconhece o atraso na entrega, mas diz que a culpa não foi da empreiteira e sim de algumas pessoas que invadiram, sujaram, roubaram a grade, o bocal e as luzes da “toca da onça” que estavam prontas. Por conta do vandalismo, a empresa teve que refazer parte do serviço. A aplicação da multa prevista em contrato será avaliada, segundo o subprefeito.
Agora, o desafio é manter as melhorias. O morador e comerciante da Lapa de Baixo, Fabiano Azevedo acumula prejuízos no seu negócio a cada fechamento para reforma. Na primeira vez, ele alega que teve queda de 40 % no movimento do seu bar . Dessa vez não foi diferente. Para ele, a obra poderia ser executada com mais rapidez. Azevedo sugere que a subprefeitura faça parceria com a Guarda Civil Metropolitana (GCM) ou Polícia Militar para ter segurança na travessia de pedestres. Para Azevedo, políciais ou guardas deveriam ficar dos dois lados do túnel para evitar a ação dos criminosos. “Ajudaria a prevenir os furtos de pessoas e de lâmpadas além de evitar pichações no local”.
Sua sugestão é fechar a “toca da onça” à noite, entre 23h e 5 da manhã, para segurança de todos e também para preservar as melhorias feitas com o investimento de quase R$ 50 mil usado na obra.

O subprefeito diz que tenta implantar a medida desde que assumiu o cargo, há um ano. Queija lembrou que fez uma audiência em julho de 2015 e apresentou a proposta de fechamento da “toca” no horário que para o trem, mas a maioria foi contra. Na época, José Trindade Celis foi um dos poucos que defendeu fechamento do túnel. “Moro aqui há 40 anos e a insegurança já faz parte (da passagem)”, disse na ocasião. Durante vistoria com o subprefeito, Celis essa semana ele voltou a defender o fechamento noturno da passagem.
A ideia do subprefeito é fazer uma nova reunião para discutir a possibilidade de fechamento à noite em nova reunião. Enquanto isso, a expectativa é que a população ajude a conservar a “toca da onça” para que o presente de Páscoa chegue pelo menos até o Natal.

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