Valorizando a arte de rua

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A pintura de um painel com motivos da natureza mudou o visual de um muro na Rua Froben, entre a Avenida Imperatriz Leopoldina e Rua Baumann, essa semana. O grafiteiro Di Favela concluiu o trabalho no domingo. Ele foi contratado pela Associação Viva Leopoldina (que reúne condomínios do bairro) para a revitalização dos cerca de 1200 metros do paredão da antiga garagem de ônibus (hoje usada pela CET) que até poucos dias guardava as marcas das fogueiras feitas por moradores de rua e dependentes químicos que viviam na calçada até um ano atrás.

Outras melhorias da associação estão previstas no bairro, promete o presidente Umberto de Campos Sarti. A Viva Leopoldina surgiu para dar força às reivindicações dos moradores dos novos condomínios como a de circular pelas calçadas tomadas por barracas de moradores de rua. No ano passado, uma ação da subprefeitura e GCM (Guarda Civil Metropolitana) liberou o passeio das barracas, entulho e lixo acumulados pela população de rua e dependentes químicos que viviam no local. Até hoje a operação é lembrada nas reuniões do Fórum Social da Vila Leopoldina criado para inclusão da população que vive pelas ruas do bairro.
Mesmo com as criticas, a associação defende a posição dos moradores dos prédios que compraram os apartamentos de uma “Nova Leopoldina” vendidos pelas propagandas das construtoras.

Deixando a discussão social para outro momento, o que chama atenção é a iniciativa e o valor do investimento. A associação gastou cerca de R$ 6 mil na revitalização de 1200 metros quadrados do muro da antiga garagem de ônibus da CMTC, incluindo limpeza e corte de grama do canteiro da calçada. Pouco, perto do valor dos R$ 149.958,47 que a empreiteira Massafera cobrou da Prefeitura para fazer a revitalização da “Passagem da Doze de Outubro” e outros R$ R$149.999,17 para a melhoria na passagem “Toca da Onça” – que liga a Lapa de Baixo a região do Mercado e Terminal de ônibus.
Guardadas as devidas proporções, mesmo com outras intervenções previstas em contrato além da pintura das paredes (de uma única cor) e corrimão como colocação de bombas de sucção para retirada de água de chuva, e novas luminárias, a diferença de investimento é grande.

A iniciativa mostra que a comunidade pode melhorar um lugar deteriorado com baixo investimento – sem depender do poder público.
Da próxima vez, bem que a Prefeitura (por meio da Subprefeitura) poderia contratar a Viva Leopoldina ou qualquer associação da região disposta a transformar as passagens de pedestres em um lugar agradável de circular, com menos recursos públicos, valorizando ainda a arte de rua.

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