Poeira da crise

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A crise política e insegurança econômica têm reflexos na região. Queda no movimento do comércio, fechamento de lojas e desemprego são alguns deles. A abertura do inquérito de impeachment da presidente Dilma foi aprovado pelo Senado. Com o afastamento de 180 dias de Dilma e a posse interina do vice Michel Temer, o cenário econômico deve sofrer mudanças em relação a atual situação. Pelo o menos é o que prevê especialistas mais otimistas com a posse do novo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
O caos econômico reflete em obras da Prefeitura que aguardam repasses federais. Um dos casos está na Lapa de Baixo. Moradores e comerciantes da Rua Engenheiro Albertin com Praça Sebastião Jayme Pinto reclamam do abandono das obras das galerias de combate à enchentes que deveria ter sido entregue, mas continua inacabada. Na Engenheiro Albertin sobram buracos e pó causado pelo trânsito intenso de veículos e ônibus no trecho que retiraram o asfalto para fazer a obra. É que o procedimento de pavimentação engloba camadas de pedra, rachão, pedrisco, brita e a última etapa é a capa asfáltica, que não foi realizada pela construtora Cappellano, contratada pela Secretaria Municipal de Infraestrutura para a obra.
Cansados de enviar mensagens e fazer telefonemas para secretaria, eles circulam um abaixo-assinado na tentativa de obter, não medidas paliativas como caminhões pipas para baixar o pó, mas providências definitivas da Prefeitura. Os ônibus articulados encontram dificuldades para atravessar o trecho na entrada do bairro.

O canteiro instalado na praça pela construtora está vazio. As máquinas foram retiradas do local. Os trabalhadores não são vistos faz pelo menos duas semanas, dizem os moradores. Fora os prejuízos financeiros e de problemas respiratórios, Maria José da Silva teme pela segurança de quem precisa passar todos os dias pelo praça onde está instalado o canteiro da obra abandonada. O medo é que o lugar vire esconderijo de bandidos e coloque em risco toda comunidade. Eles querem a reposição do pavimento. O dono de uma funilaria, Wagner Lopes Coelho Junior reclama que teve de refazer a pintura dos carros de clientes por causa da pó levantado pelo trânsito de veículos.

Os donos de restaurantes também acumulam prejuízos. Moradores contam que a informação dos trabalhadores é que a obra foi paralisada por falta de repasse de pagamento da Secretaria de Infraestrutura Urbana para construtora. Um fiscal da obra confirmou a falta empenho da Prefeitura (nota para pagamento) para conclusão do serviço.
Por outro lado, a secretaria informa que 80% da obra do Programa de Redução de Alagamentos da Rua Engenheiro Albertin e da Praça Sebastião Jayme Pinto, foi executada e aguarda provimento de recursos para dar andamento na etapa final do serviço. Enquanto isso, moradores e comerciantes continuam no pó.

A expectativa é que com o presidente Temer e seu Ministro da Fazenda, as contas públicas entrem nos trilhos para que recursos federais sejam liberados para acabar a obra e resolver de vez os problemas causados pela poeira da crise na Lapa de Baixo.

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