Moradores de baixa-renda cobram moradia em debate de fórum

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Foto: Bárbara Dantine

Bárbara Dantine
Vereadores Paulo Frange, Nabil Bonduki e José Police Neto no encontro

Moradores das comunidades do entorno da Ceagesp (favela da Linha, Madeirit e Cingapura) lotaram a primeira edição do Fórum em Debate organizado pelo Fórum Social da Vila Leopoldina sobre a Reorganização da Vila Leopoldina”, no auditório do Colégio Santo Ivo II, na noite de quinta-feira, 25. Segundo a coordenadora do Fórum Social Leopoldina Alexandra Swerts, o objetivo do encontro foi de garantir a participação dos moradores na discussão da reurbanização da área de 290 mil m² referente a Manifestação de Interesse Público anunciada pelo Grupo Votorantim, BVEP – empresa de empreendimentos e participações do Banco Votorantim, a SDI – empresa de gestão e desenvolvimento imobiliário e o URBEM – Instituto de Urbanismo e de Estudos a Prefeitura de São Paulo, para desenvolver um projeto urbanístico na região da Vila Leopoldina.

Bárbara Dantine
Arquiteto do Urbem Milton Braga explica o Projeto de Intervenção Urbana

O arquiteto do Urbem – Instituto de Urbanismo e Estudos, Milton Braga explicou o Projeto de Intervenção Urbana (PIU) previsto para a área da Leopoldina é um instrumento disciplinador do diálogo entre o setor o poder público, a sociedade e o mercado. Ele explicou que a proposta é reurbanizar e modernizar a área com empreendimentos e moradias para as diversas faixas de renda.

A área é vizinha da comunidade de baixa-renda (da Linha, Madeirit e Cingapura) instalada no bairro. No encontro também foi colocada a possibilidade de saída da Ceagesp e a alternativa para comerciantes do Novo Entreposto de São Paulo (NESP), empreendimento privado que será erguido em Perus, próximo da Anhanguera e Rodoanel. O relator da Lei de zoneamento e vereador Paulo Frange destacou que entre as transformações do bairro está a saída da Ceagesp da Vila Leopoldina. “A Ceagesp é um patrimônio da Cidade, mas hoje está ultrapassada, não tem banheiro, por exemplo. Há quase 50 anos a Ceagesp está na Vila Leopoldina e precisa de ser modernizado”.

O representante do Sincomat (Sindicato do Comércio Atacadista de Hortifrutigranjeiros e Pescados em Centrais de Abastecimento de Alimentos no Estado de São Paulo), Claudio Ambrósio comparou a Ceagesp com zona cerealista. “Os comerciantes não querem sair e a pesquisa (sobre o assunto) deve ser feita sem cunho político. Não dá para discutir mercado novo sem pensar em abastecimento”, afirmou Ambrósio.

Bárbara Dantine
Lara Luciana da Cruz protestou que o convite que levou todos da comunidade para o encontro foi seria sobre moradia

A moradora de uma comunidade vizinha a Ceagesp e Votorantim, Lara Luciana da Cruz protestou que o convite que levou todos os moradores da comunidade para o encontro foi porque informaram que seria sobre moradia (aos que esperam por habitação). “Ficamos sabendo que iam tratar de moradia dessas três favelas. Ali tem muito trabalhador que só quer moradia digna. Se nós estamos lá é porque não tivemos apoio do poder público. Agora que querem falar sobre a saída da Ceagesp quer que a gente participe de Fórum. Todas essas pessoas vieram aqui hoje para falar da saída das favelas”, disse Lara Luciana.

Para o vereador Police Neto, é hora de debater o que é melhor para região e para a cidade. “Não se pode prejudicar os pobres. A qualidade das casas não é boa, mas a região é boa. Todos precisam trabalhar juntos e conversar (sobre o projeto de reurbanização). Não pode se pensar um projeto que exclua as pessoas (carentes) que estão aqui”

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