Suplemento da democracia

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Foi surpreendente essa eleição, a começar pelo período de campanha que ganhou força só na reta final. Surpreendente também foi o comportamento dos eleitores que na maioria promoveu debates de alto nível, mesmo com bandeiras diferentes. Pena que muitos não foram às urnas e com isso a abstenção foi alta na região e na cidade, acima de 20%. Se comparecessem, o resultado poderia ser outro. Isso mostra que ter ou não segundo turno para ampliar o debate de propostas é atribuição do eleitor.

Sem a participação de mais de 3 milhões de pessoas nas urnas, quem exerceu seu direito do voto apostou no “gestor” João Doria para prefeito de São Paulo. Doria venceu a eleição em primeiro turno com 53% dos votos válidos. Só na zona Eleitoral da Lapa, mais de 66% apostaram no discurso de Doria.
Depois da apuração e anúncio do resultado, os ausentes do processo eleitoral descobriram que o valor de um voto é imenso e pode mudar o resultado de uma eleição, a vida das pessoas e ditar o rumo da Cidade.

Com a alteração da Lei Eleitoral que reduziu o tempo de campanha de 90 para 45 dias o período e proibiu a doação de empresas aos partidos e candidatos, muitos que disputavam uma das 55 vagas da Câmara Municipal de São Paulo não tiveram condições nem de fazer santinhos (propaganda eleitoral).

Para ajudar o leitor, o Jornal da Gente apresentou nos últimos dois meses quase duas dezenas de opções de concorrentes à Câmara Municipal em cafés e matérias.
Essa semana, muitos empresários e moradores comentaram que a publicação do suplemento especial Eleições 2016 do Jornal da Gente foi decisiva para o voto por apresentar um resumo de todos os candidatos que passaram pelos Cafés com Política, na Redação, e firmaram algum compromisso com a região. Também foi publicado o perfil dos três candidatos à prefeitura da Capital – o gestor João Doria (PSDB), o prefeito Fernando Haddad (PT) e Marta Suplicy (PMDB) – que passaram pelo À Mesa com Empresários. Celso Russomanno (PRB) também foi convidado, mas não confirmou agenda para o evento.

Também tivemos a primeira edição do encontro “Vota Lapa” que reuniu 11 candidatos (o 12º inscrito – Sargento Neri – não compareceu), todos moradores da região da Subprefeitura Lapa e que nunca tiveram mandato. Eles tiveram a oportunidade de se apresentar e falar de projetos no evento para convidados, com transmissão via internet para análise do internauta- eleitor.

Os encontros foram democráticos como o suplemento, com candidatos de várias siglas partidárias. O curto período de campanha não permitiu que mais candidatos participassem dos cafés ou de edições do À Mesa.

Além de apresentar aqueles que firmaram compromisso com a região, o objetivo do suplemento foi retratar o momento político com base nos dados divulgados pelos principais institutos de pesquisas. Dos 18 que passaram pelos nossos eventos, nove foram eleitos para a Câmara Municipal. Três deles da região da Subprefeitura Lapa: Fábio Riva (PSDB), Soninha Francine (PPS) e o vereador reeleito Paulo Frange (PTB).

Mesmo com a divulgação do suplemento tivemos muitas ausências nas urnas da Lapa (mais de 20%). Talvez transformar o voto obrigatório em facultativo desperte no eleitor a consciência do que o voto significa: o futuro da Cidade. De resto, é cobrar o prefeito Doria e vereadores mais saúde, verde, habitação, educação, inclusão, enfim ações que transforme para melhor a vida de cada um de nós.

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