Encontro comunitário

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Um encontro entre amigos. Foi esse o clima que marcou o baile de abertura do aniversário dos 426 anos da Lapa, na terça-feira. O evento foi simples, mas reuniu moradores, representantes de entidades, empresários e políticos num resgate da memória do bairro.
Entre uma música e outra, a conversa sempre ensejava pedidos para que a comissão organizadora dos festejos realizasse novos bailes para a confraternização comunitária, ali mesmo, no salão da Sociedade União Fraterna, famoso por unir casais na pista do prédio histórico. Não foi diferente na terça-feira, o evento contou com a presença de mais de 300 pessoas. Uma banda de rock and roll animou a noite. A pista foi tomada por pessoas de todas as idades. Foi divertido. Atendendo aos pedidos, a comissão já pensa em promover um novo baile, dessa vez para a confraternização do fim de ano. O objetivo é reunir as entidades da Lapa em uma grande festa. Outro baile que está quase certo é o Baile de Máscaras no Carnaval 2017.

No feriado do dia 12, colecionadores e amantes de carros antigos levaram para o passeio em homenagem ao aniversário da Lapa mais de 80 raridades para circular pelas ruas do bairro.
No fim do desfile, os veículos ficaram em exposição na Praça John Lennon para alegria de admiradores. Estavam entre as raridades exemplares da Romi-Iseta e da Kombi usada por Orlando Villas Bôas para atender os índios do Xingu.

Os colecionadores de caros antigos também já se movimentam para realizar outros eventos com exemplares de coleção no bairro. Essa união e desejo coletivo tem bênção divina. A explicação pode estar no nome da Lapa que surgiu quando um morador português que, ao se mudar para o bairro, trouxe uma imagem de Nossa Senhora da Lapa, e construiu uma gruta, para a santa. A comunidade se desenvolveu em torno da imagem e o lugar passou a ser chamado de Nossa Senhora da Lapa e logo o bairro ficou conhecido apenas pelo último nome: Lapa, que significa “grande pedra que forma um abrigo”.

A primeira notícia sobre a região é de 1581, quando os jesuítas receberam uma sesmaria junto ao Rio Emboaçava, depois chamado Pinheiros. Para o escoamento da produção de café para o mercado externo, foi fundada em 1860 a “Association of the São Paulo Railway Co. Ltda”. Em 1867 foi inaugurada a estrada de ferro ligando Santos a Jundiaí, que passava por São Paulo, com algumas estações intermediárias. Uma delas na Água Branca.

De lá pra cá a paisagem mudou, mas a Lapa continua abençoada no nome e até na data de aniversário que coincide com o Dia de Nossa Senhora Aparecida. Seja para exercitar a fé, lazer ou cidadania, os encontros são sempre bem vindos na comunidade.

O lapeano é assim: gosta de reuniões, de contar e fazer parte da história. Afinal já se vão 426 anos.

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