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A invasão de dois imóveis na Rua Brigadeiro Gavião Peixoto preocupa os proprietários de casas que estão desocupadas à espera de locação ou venda na região. Principal artéria de ligação da Via Anhanguera, Marginais e bairros vizinhos como Jaguara, Parque São Domingos, Pirituba, Vila Mangalot, a Gavião Peixoto é caminho de motoristas e de manifestantes que seguem para a região central da Cidade. A rua faz parte da história do bairro.

Essa semana um leitor falou da preocupação com as ocupações pelo Movimento Social de Luta pela Moradia da Capital (MSLM) na Gavião Peixoto. A rua é lindeira à Zona Estritamente Residencial da City Lapa. O bairro é tombado como patrimônio da Cidade pelos seus casarões e ruas arborizadas, apontado como um pulmão para a Cidade.

O leitor observou que as duas invasões, tanto no prédio de número 160, que já funcionou como pronto-socorro Infantil, quanto do imóvel no número 95, estavam para locação. Segundo ele, os dois prédios foram tomados durante os feriados prolongados. As placas das imobiliárias foram substituídas pela do movimento de moradia.

Leandro, um homem que leva as iniciais do Movimento Social de Luta pela Moradia da Capital na pele, tatuado, disse: nosso negócio é luta por moradia. A gente invade, se organiza e limpa. Fica melhor do que abandonado”, justifica. Ele diz que identificou a oportunidade andando pela cidade. Segundo Leandro, cerca de 10 pessoas ocupam o imóvel do número 160. Do outro lado da rua, no número 95, fica o outro prédio que também recebeu placa com identificação do mesmo movimento. Uma espécie de demarcação de território.

As imobiliárias registram as invasões na polícia e depois, dependendo do contrato com o proprietário, entram na justiça para reaver o bem do cliente. O processo de desocupação pode demorar. Um dos exemplos foi um prédio da Rua Princesa Leopoldina que levou 18 anos para ser resolvido, 15 deles com invasão.
Num momento de turbulência política e econômica no País, como os protestos de sexta-feira, as invasões crescem. E paralelo a elas as dificuldades de acesso ao crédito e falta de oferta de habitações para a camada de baixa renda.

Com o desemprego em alta e a população com menos dinheiro para gastar, o mercado imobiliário é um dos segmentos que sofre queda nos negócios. O IBGE divulgou na sexta-feira os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio (Pnad Contínua) do primeiro trimestre do ano. A taxa de desemprego voltou a bater recorde no primeiro trimestre de 2017, 13,7% da população, ou seja, mais de 14,2 milhões estavam sem emprego. Isso representa uma alta de 14,9%, ou 1,8 milhão de pessoas desempregadas, em relação ao trimestre entre outubro e dezembro, quando a taxa foi de 12%. No período encerrado em março de 2017, a taxa estava em 10,9%. Isso significa que, em um ano, mais de 3 milhões de pessoas passaram a procurar trabalho no país.

Esse panorama contribui para procura da negociações. Uma saída para o proprietário não ficar no prejuízo é baixar o valor da locação, transferindo o gasto com a manutenção e impostos do imóvel, ou ainda parcelar o preço para venda e evitar a desvalorização do bem parado ou invadido. Com o feriado prolongado desta segunda-feira, Dia do Trabalho, os donos de casas vazias estão em alerta geral.

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