Grupos cobram diálogo após proibição de atividades no Tendal

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Foto: Bárbara Dantine

Bárbara Dantine
Grupos questionam motivo de não serem convidados para participar de eventos no Tendal, como o encerramento das atividades em 2017

Grupos que realizam atividades no Centro Cultural Tendal da Lapa continuam em conflito com a administração do equipamento de cultura localizado na Rua Guaicurus. Representantes de diversas modalidades que utilizam o espaço se reuniram na segunda-feira (22) para discutir as dificuldades que estão enfrentando para a realização das oficinas. As principais queixas são em relação à sobreposição de agenda e à falta de diálogo por parte da coordenação. Eles alegam ter enviado sua programação para a coordenadora, Bel Toledo, sem receber uma devolutiva.

Já outros foram informados no momento em que iriam iniciar suas atividades que não poderiam realizá-las, uma vez que não tinham aprovação prévia da administração. Um dos episódios mais recentes, foi a proibição da aula de capoeira inclusiva, atividade promovida pelo Grupo de Mães de Jovens Especiais (GMJE), que atua há sete anos no Tendal de forma voluntária. As aulas são realizadas duas vezes por semana e, na terça-feira (23), Bel Toledo conversou com os responsáveis do grupo e disse que a aula não poderia ser realizada no dia por não estar aprovada pela administração. A coordenadora também solicitou que toda a comunicação entre o grupo e a administração fosse realizada por e-mail, pediu o nome de todos os voluntários e alunos que participam das oficinas e cobrou uma cópia da chave da sala onde o grupo, que realiza atividades de segunda a sexta-feira, guarda seus materiais.

Coordenação
Ao ser questionada sobre o episódio, Bel Toledo afirma que as atividades de inclusão desenvolvidas pelo grupo não foram proibidas, mas que devem integrar o mapa de ocupação do espaço para não ocorrer divergências de linguagem. “Estou no aguardo do contato do monitor da capoeira da inclusão indicado pelas mães para que possamos cadastrar a atividade, colocar na divulgação que faremos na próxima semana e abrir inscrições para toda a comunidade”, diz. Bel Toledo afirma que o objetivo é abrir inscrições trimestrais para todas as atividades que são realizadas no centro de cultura. “Não existe possibilidade de uma coordenação paralela que define atividades sem conhecimento da administração do Tendal da Lapa”, declara sobre o que chama de “conflito de limites”.
Grupos questionaram também a programação do evento de comemoração do aniversário de São Paulo, realizado na quinta-feira (25), que não incluiu grupos antigos da casa. Bel Toledo afirma que a programação do aniversário da cidade foi definida pelo gabinete da Secretaria Municipal de Cultura. Diz também que o secretário André Sturm está sensível em relação à importância do Tendal, o que pode ser demonstrado pelo aumento de cerca de 40% da verba do espaço em relação ao ano passado. Os oficineiros pedem maior transparência sobre os recursos dedicados ao Tendal, tanto da Secretaria como os enviados por emenda parlamentar.

Outra preocupação demonstrada por diversos grupos é que o Tendal perca sua característica de espaço multicultural e de fomento à diversidade para dar espaço apenas às atividades circenses, que ganharam bastante espaço na programação nos últimos meses.

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