Fundação Casa busca oportunidades para jovens

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Foto: Bárbara Dantine

Bárbara Dantine
Josué Dantas, diretor da Fundação Casa da Vila Leopoldina, recebe moradores da região

A Fundação Casa da Vila Leopoldina, de pior unidade em 2011 à uma das melhores atualmente, tem hoje 100 jovens entre 16 e 21 anos que passam por medidas socioeducativas. Longe dos estigmas da Febem, a unidade oferece uma programação completa para os internos, que começa às 6h da manhã e só encerra na hora de ir dormir.

Na última reunião do Conseg Leopoldina Josué Dantas, diretor da unidade da região, expressou a necessidade de conseguir emprego para aqueles que chama de “seus meninos”. “A reinserção social é muito importante para evitar que esses jovens voltem ao crime. Eles saem de lá querendo estudar, fazer faculdade, trabalhar. Eles precisam de oportunidades, mas ainda há muito preconceito”, declarou. Após essa fala, moradores e empresários decidiram conhecer como é a fundação.

Dantas tem o trabalho de um verdadeiro pai, ao mesmo tempo em que é afetuoso precisa ter pulso firme para manter a ordem. E a organização tem tido bons resultados como o fato de que 85% dos jovens que saem dessa unidade conseguiram voltar aos estudos. Ao entrar, muitos estão há cinco ou seis anos fora da escola. Dois jovens que saíram de lá passaram na Fatec e outros dois foram para a Etec. Um dos internos ficou em segundo lugar em um concurso de redação da Defensoria Pública da União.

Ao entrar na unidade, a equipe multidisciplinar elabora um Plano Individual de Atendimento para cada jovem, com definição de metas e atividades, como a necessidade de reforço escolar. Os jovens praticamente não têm tempo ocioso lá dentro. Acordam, têm aula, almoçam e depois seguem para oficinas que são oferecidas por entidades como o Senac e Projeto Guri.

Nos casos em que jovens se envolveram em brigas, eles são levados ao 91º DP para serem ouvidos e ficar registrada a ocorrência, uma forma de garantir que eles não passam por maus-tratos. Em todo o estado, hoje existem 10 mil jovens que estão nas unidades da Fundação Casa, e em 2018 a taxa de reincidência, ou seja, jovens que voltaram a cometer delitos, foi de 13%.

Josué Dantas defende que uma forma de reinserir esses jovens é oferecer, antes mesmo do fim do cumprimento da medida socioeducativa, um emprego de meio período, por causa da escola, de preferência com possibilidade de continuidade após sua saída. Jairo Glikson, presidente do Conseg Leopoldina, esteve com moradores e empresários na Fundação Casa na quarta-feira (6). “Você percebe que existe um envolvimento que transcende o mero funcionalismo público”, afirma Glikson.

A comunidade pode colaborar com a indicação de locais com vagas de trabalho para os jovens através do telefone (11) 3468-8401.

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