Coisas que mudam e que ficam

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Essa semana tivemos a notícia de que a Subprefeitura Lapa terá novo comando. O movimento até era esperado e costuma acontecer nas trocas de mandato, mesmo com a gestão sendo a mesma. Ao contrário de Leo Santos, Caio Luz não é morador da região, mas já esteve à frente de duas subprefeituras e em cargos dos governos municipal e estadual.

Os desafios da Lapa permanecem em grande parte os mesmos: a dificuldade de administrar uma área de 40,1 km² com seis distritos que possuem características bastante distintas, uma população de mais de 300 mil habitantes, um orçamento e equipes limitadas, um grande trecho comercial que reúne universidades, shoppings, estádio e casas de eventos que frequentemente precisam ser monitorados, ruas arborizadas que precisam de manutenção, entre tantas outras questões que sempre figuram por aqui. Um desafio à parte, e no meu ver positivo, é lidar com os lapeanos, que conhecem seus direitos e os deveres do poder público, que sabem quem procurar quando algo precisa de atenção e que são bastante participativos. Caio, se o Leo não te avisou sobre isso, fica aqui o registro e boa sorte!

E já que mencionei a questão dos cuidados com áreas verdes, algumas áreas estão com necessidade urgente de serviços, como as praças Diogo do Amaral e Coronel Cipriano de Moraes. A primeira tem um potencial enorme para os moradores praticarem exercícios, levarem seus cães para passear, tem brinquedos para as crianças, além de ser educativa já que lá existe uma nascente e é possível ver um ecossistema completo. Porém, nada disso é possível sem a manutenção adequada. Já a segunda, abriga o ponto de ônibus mais antigo da cidade, o que por si só já tem um valor histórico que merece atenção. As necessidades de zeladoria são uma constante por aqui, sendo que entra ano e sai ano, seja a gestão que for, sempre difícil zerar essas demandas.

Outra discussão que todo ano temos é sobre a saída da Ceagesp, que sempre parece avançar e também regredir. O clima entre os governos estadual e federal é o pior em muitos anos, e para uma mudança da Ceagesp o alinhamento deverá ocorrer nas três esferas. E o descompasso está no próprio governo federal, quando o presidente promete que não irá privatizar a Companhia de Entrepostos, mas os estudos (pagos) sobre a desestatização continuam.

Pessoas em cargos de responsabilidade mudam, novos moradores chegam para viver aqui, empresas empreendem, mas problemas básicos permanecem e as transformações não se concretizam. Enquanto aguardamos as grandes mudanças, que aquilo que é essencial para viver com qualidade de vida seja respeitado.

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