Com base na importância de agregar conteúdo acadêmico à prática profissional, as Faculdades Integradas Rio Branco realizaram, de 21 a 25 de maio, mais uma Semana de Comunicação para alunos e demais interessados. Durante os cinco dias, em 16 palestras, profissionais que atuam em diferentes áreas da Comunicação Social dividiram um pouco de suas experiências com os jovens e mostraram como anda o mercado de trabalho. Paralelamente ao evento, houve exposição dos trabalhos de fotografia da primeira etapa do curso e arrecadação de alimentos para doação.
Milton Jung, âncora da Rádio CBN, abriu as palestras do período noturno com o tema “Rádio, ética e criatividade”. Jung afirmou que o jornalismo pode se diferenciar, se desenvolver e mudar, contanto que a criatividade e a ética estejam presentes. Segundo ele, não dá para ensinar criatividade, o profissional precisa ter isso dentro dele. “Se a pessoa não tiver coragem de inventar, sempre vai copiar o que já existe”, afirmou. Sobre ética, ressaltou que é algo que deve estar presente em todos os veículos de comunicação, assim como na sociedade em geral. “Se o jornalista tem que se vender, trabalhar sem ética, é melhor trocar de negócio. Talvez vender tomates”, disse. Em complemento, fez referência à tecnologia, que só tem a acrescentar à profissão jornalística, desde que adequadamente aproveitada.
Jornalismo e ficção
No segundo dia, foi a vez de Luciano Faccioli, jornalista da Rede Record, apresentar “Noções práticas de um apresentador de rádio e televisão”. Faccioli chamou o encontro de “bate-papo” e, de maneira informal e confortável para os alunos, falou sobre dicas de carreira para quem está começando, mercado de trabalho – que está cada vez mais escasso -, as inúmeras faculdades que têm surgido e fez uma retrospectiva de sua carreira: como começou e quais foram os principais desafios e dificuldades. “Hoje há mais faculdades porque se trata de um negócio rentável, que dá dinheiro. Consequentemente, há muita gente se formando, mas não tem emprego para todos. Com a escassez de vagas, os profissionais precisam ter um diferencial, alguma coisa a mais que faça a empresa querer contratá-lo, além do curso superior”, disse.
Outra palestra que movimentou os jovens foi “A árvore genealógica das novelas da Rede Globo”, de Gilberto Nunes, produtor da Rede Globo de Televisão. Nunes valorizou a interati-vidade e trouxe exemplos práticos de seu trabalho, como bastidores de minisséries que produziu. Ele explicou que a produção é um trabalho integrado e que a sinopse do projeto é muito importante. “É por meio dela que o autor orienta a produção sobre o que ele precisa para sua história andar bem. Ela deve ter tudo o que será necessário, desde o início até o final da trama, além dos perfis de personagens, cenários e figurinos”. O produtor salientou, ainda, quais os requisitos básicos para quem deseja trabalhar com isso. Em complemento à sua apresentação, estimulou os alunos a participarem, contando piadas, cantando músicas e interpretando uma cena de novela.
Futuros comunicadores
Milton Neves, apresentador da Rede Record e da Rádio Bandeirantes, entusiasmou a platéia na quinta à noite com seu jeito polêmico. Após referência à sua experiência de vida, afirmou que os jovens profissionais têm mais chance de entrar no mercado do que alguns anos atrás, “antigamente era mais difícil conseguir emprego, pois havia duas ou três rádios e hoje existem várias”, disse. Também pontuou que o Ibope é essencial para a televisão, assim como a propaganda sustenta o jornalismo. Finalizou com dicas para os futuros comunicadores “acreditem em vocês, pois ninguém é melhor do que ninguém. O profissional de Comunicação tem que saber tudo de informática e falar inglês, pois a competição aumenta a cada dia”. Sobre futebol, afirmou que “o futebol é a coisa mais importante entre as menos importantes”.
Para Luane Tavano, aluna da sétima etapa de Jornalismo, a Semana de Comunicação complementa os estudos teóricos em sala de aula com palestras de profissionais da área. “Achei a semana bem diversificada, com muitas palestras interessantes que atenderam às necessidades não só dos alunos de Jornalismo, mas de todas as habilitações do curso de Comunicação Social”.
A Semana de Comunicação se completou com outras discussões que aconteceram paralelamente. “Branding hoje”, “Mesa redonda de jornalismo esportivo”, “Steadycam”, “Influências sobre empresas e consumidores”, “TV Digital – o sistema e as perspectivas”, “Mídia exterior”, “Futebol e marketing”, “Relações públicas na construção de marcas”, “Poptogramas”, “O perfil do profissional de Comunicação Empresarial” e “O Papel da Ética na Comunicação” foram os demais temas abordados por profissionais e estudantes.
