O antigo e grave problema da exploração sexual de menores dentro e fora da Ceagesp (Vila Leopoldina) uniu os três principais partidos que disputam a prefeitura de São Paulo. Na terça-feira, 16, a Ceagesp (controlada pelo governo federal), a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (Smads) e Subprefeitura da Lapa assinaram um termo de cooperação que tem por objetivo prevenir a violação dos direitos das crianças e dos adolescentes. O vereador José Police Neto, o Netinho (PSDB), que recentemente abriu no seu comitê eleitoral na Lapa um espaço para lidar com a questão da infância e adolescência excluídas, também marcou presença no evento.
A iniciativa de um trabalho conjunto Ceagesp-Prefeitura partiu do presidente do entreposto de alimentos, Rubens Boffino e foi bem recebida pela Smads e Sub Lapa. “Nossa proposta é de trabalhar com medidas sócio-educativas. Vamos intensificar as ações preventivas que já adotamos na entrada e no interior do entreposto e passaremos a contar com o apoio da assistência social do município, que acolheu nosso projeto”, afirmou Boffino.
Além dos palanques
Para o secretário de Assistência e Desenvolvimento Social, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, a situação vivida por menores explorados sexualmente é inadmissível. “É algo que está acima dos partidos e abaixo dos palanques. Vamos atuar de modo a estabelecer um projeto que se torne modelo”, acrescentou Costa.
Pelo acordo assinado, a Ceagesp e a Sub Lapa serão os responsáveis por identificar essas crianças e adolescentes (existem denúncias que meninas de 9 anos são exploradas sexualmente). “À Smads compete assessorar e monitorar as ações a fim de garantir a aplicação da política de proteção social”, afirma o secretário Costa.
Ao ser convidado a tomar a palavra durante a assinatura do protocolo de intenções, o vereador Netinho lembrou que foi a convite do JG, em dezembro de 2006, que pela primeira vez tomou conhecimento do cenário de exclusão na Leopoldina. “Vi uma situação dramática. Precisamos reconhecer que os esforços para inclusão têm vindo da sociedade civil. Mas são iniciati, sem conexão entre elas. É hora de unir esforços que amparem nossas crianças e adolescentes, respeitando os vínculos que elas mantêm com o território da Leopoldina”, avalia Netinho.