O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, mostrou nas últimas semanas que é mesmo homem público dotado de uma grande habilidade: costurar acordos que possibilitem a formação de grandes alianças políticas.
Enquanto seus principais adversários (Marta Suplicy e Geraldo Alckmin) se movimentam com enormes dificuldades no tabuleiro político municipal, o chefe do Executivo Paulistano, agindo com extrema desenvoltura, formalizou uma aliança de peso, tendo à frente o seu partido, o DEM, com o apoio do PMDB do ex-governador Orestes Quércia, do PV e do PR (ex-PL).
Alianças, como todos nós sabemos, implicam em compromissos políticos, entre eles, a partilha de secretarias e subprefeituras em caso de vitória da coligação. Portanto, é legítimo perguntar às lideranças de cada partido: e à Subprefeitura da Lapa como é que fica? O que pensa a aliança DEM-PMDB-PV-PR a respeito dos problemas e dos potenciais da região? Que compromissos a coligação assume em relação aos bairros da gente?
São perguntas que precisam de respostas claras e objetivas. A grande coligação governista, a partir de suas estruturas regionais, tem o dever de explicar como serão os próximos quatro anos em termos de gestão administrativa.
Nós que moramos e/ou trabalhamos numa região em pleno desenvolvimento, mas sem planejamento, temos o direito de saber o que a articulação, comandada pelo candidato-prefeito, nos reserva em termos de saúde, educação, trânsito, infra-estrutura, assistência social, urbanismo e cultura.
Esse mesmo raciocínio vale para as futuras coligações que PT, de um lado, e PSDB, do outro, vierem a firmar com partidos como PTB, PSB e PC do B.
Sendo assim, fica aqui uma proposta: que cada aliança, no plano local, chame as comunidades para debates em torno das principais questões locais, sinalizando, desde já, se entre 1º de janeiro de 2009 e 31 de dezembro de 2012 haverá espaço para o imprescindível exercício da gestão participativa.
Nesse sentido, as coligações partidárias devem dizer se são ou não favoráveis à criação do Conselho de Representantes no âmbito das subprefei-turas, algo que, oficialmente, coloca a população como partícipe da administração regional, com voz e vez nos gabinetes regionais, levando, assim, gestores de plantão – natos ou não – a se relacionar direta e abertamente com as comunidades.