Bons ventos na usina de compostagem

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José de Oliveira Jr. Repórter

A visita técnica da Comissão de Saúde da Câmara Municipal de São Paulo à Usina de Compostagem da Vila Leopoldina, ocorrida na última quinta-feira, dia 5 de maio, trouxe novidades para os moradores do bairro. A luta de 12 anos do Movimento Popular de Vila Leopoldina, liderada por Gláucia Mendonça Prata, que recebeu o auxílio do Conselho das Sociedades Amigos de Bairro da Região da Lapa (Consabs), pode estar chegando ao fim, com uma vitória para a comunidade.
Os problemas de saúde provocados pelo mau cheiro, o impacto ambiental causado pelo chorume, a ocorrência de ratos e insetos nas casas próximas e a péssima qualidade do pré-composto (que servirá como matéria-prima para o adubo) já são dados suficientes para fechar definitivamente a usina. Desde 1974, o equipamento não recebeu qualquer melhoria tecnológica, que trouxesse a diminuição desses danos à população. Até mesmo a Empresa Municipal de Limpeza Urbana (Limpurb), gerenciadora da Compostagem, confirma os malefícios ao bairro, provocados pela usina. Entretanto, a questão é o prazo.
Talvez uma luz tenha acendido nas cabeças dos donos da situação. A Secretaria Estadual de Meio Ambiente e integrantes da Prefeitura Municipal de São Paulo se reunirão na semana que vem para discutir o fechamento da usina em até 10 meses. A Companhia Estadual de Tecnologia e Saneamento Básico (Cetesb) também garante que a usina precisa ser desativada.
Caso a compostagem seja encerrada, é preciso frisar um dado importante. A comunidade local é a grande vencedora e também é a que merece os louros da vitória. Não foram apenas os vereadores, o governo estadual e a administração municipal que estão entrando em acordo para desativar a usina. Durante todos esses anos, a pressão da sociedade civil organizada do bairro é que conseguiu terminar com o pesadelo dos moradores, que ainda sobrevivem ao redor do “lixão”.
A esperança em fechar a usina foi a obstinação, por exemplo, de Gláucia, uma moradora que sofre literalmente na pele o transtorno provocado pelo equipamento ultrapassado. Injustamente, a sua luta não recebeu qualquer menção da grande mídia. O Jornal da Gente apóia as iniciativas da comunidade lapeana e não poderia deixar de mencionar este equívoco. Também torcemos para que a cabeça iluminada dos nossos dirigentes desativem definitivamente a usina.

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