Crescer com qualidade

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A cobertura da dinâmica dos bairros da região trouxe para esta edição uma série de matérias que merecem uma atenta leitura crítica que nos levará um cenário marcado por grande indagação: afinal, estamos preparados para o desejável desenvolvimento urbano?
Da Água Branca vem um primeiro alerta: a Prefeitura passa a exigir estudos do subsolo de uma grande área ao redor do Parque Fernando Costa antes que qualquer nova edificação seja aprovada. A decisão da Secretaria da Municipal de Habitação (Sehab) é bem-vinda, pois o próprio Parque da Água Branca já foi vítima da construção civil, com a água de um de seus lagos tendo sido totalmente drenada por conta de edificações vizinhas que agrediram o lençol freático local.
Como na Vila Leopoldina existe igualmente uma forte pressão imobiliária, movimentos em defesa do desenvolvimento regional sustentável pedem que a Secretaria de Habitação estenda essa determinação também para este bairro, o que nos parece bastante oportuno.
Da própria Leopoldina e da região central da Lapa partem novos sinais preocupantes. As subhabitações que se multiplicam no Jardim Humaitá, os moradores de rua na região vizinha à Ceagesp e no centro comercial lapeano (palco de violência e morte na semana que passou) expõem as fragilidades sociais de uma região onde as esferas públicas(União, Estado e Município) se omitem diante das desigualdades urbanas que saltam aos olhos de todos nós.
Da Câmara Municipal também chegam avisos inquietantes, uma vez que ao participar de um debate com vereadores sobre tombamento de imóveis na região, o Executivo regional mostrou-se impaciente com as regras estabelecidas em plenário pelo Legislativo.
Não podemos mais ignorar que em todo este contexto o futuro dos bairros que escolhemos para morar e/ou trabalhar está em jogo, com o desenvolvimento pedindo passagem, ou muitas vezes abrindo caminho sem pedir licença.
Cabe a todos nós, imprensa, empresariado, movimentos de cidadania e moradores cobrarmos posições firmes e coerentes por parte dos poderes públicos. Cabe a nós dizer que que somente a partir do diálogo encontraremos a solução que equacione desenvolvimento, crescimento e qualidade de vida, um bem que perseguimos e do qual não estamos dispostos a abrir mão.

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