No encontro com o Jornal da Gente, no início da segunda quinzena de outubro, o vice-presidente da Fundação do Bem Estar do menor (Febem), Mansueto Lunardi, prometeu agir com transparência em relação a tudo que envolva a nova unidade da Vila Leopoldina. Passados 20 dias, a promessa não foi cumprida.
Na entrevista exclusiva, ele se comprometeu a revelar o nome da diretora da unidade, bem como o seu perfil. Até o fechamento desta edição, não obstante os sucessivos pedidos de informações o dirigente da Febem mantinha em sigilo a identidade da funcionária pública que responde pela integridade dos menores, confiados pela Justiça à guarda do governo estadual.
Mansueto também se recusa a responder outra pergunta formulada pelo JG: a unidade Leopoldina já instituiu o seu Conselho Gestor? Trata-se de instância formada pela sociedade civil, internos, familiares e membros da direção da própria Fundação.
Vereadores se mobilizam
Na quarta-feira, 1º de novembro, a vereadora Bispa Lenice, da Comissão da Criança e do Adolescente da Câmara Municipal, visitou a redação do Jornal da Gente. Entre outros assuntos, ela fez questão de tratar da questão da Febem Leopoldina, tema em debate na Comissão. Segundo Lenice, no dia 9 de outubro, os vereadores foram recebidos pela juíza Mônica Ribeiro de Souza Paukoski, do Departamento de Execuções da Infância e Juventude (Deij). “Fomos informados que as unidades estavam em funcionamento, mesmo inacabadas. E mais. Que adolescentes se encontravam na ‘tranca’, pois os funcionários que executam as obras se negaram a trabalhar com eles soltos. A transferência dos mais de 70 menores para a Leopoldina também surpreendeu o próprio Deij”, relata a parlamentar.
Após essa reunião, a Comissão da Criança e do Adolescente deliberou em reunião ordinária um agendamento com o Procurador Geral. “Cabe a ele essa situação da Febem. Queremos esclarecimentos e providências quanto a implantação da unidade de Vila Leopoldina e daquela em Itaquera”, afirma a vereadora Lenice.
O Legislativo paulistano também quer saber como essas unidades podem estar funcionando sem as devidas autorizações por parte da prefeitura (laudos e alvarás). A própria direção da Febem admite que na Leopoldina o “Habite-se” ainda não foi concedido.
Enquanto a sociedade civil se manifesta contra a atual situação da Febem, a reunião plenária do Conselho Comunitário de Segurança da Leopoldina (Conseg), no dia 1º, ignorou por completo esse assunto.