Fernanda Dias
Com a volta da fiscalização municipal em torno das antenas de telefonia espalhadas pela cidade, as comunidades da Lapa e Leopoldina esperam que o problema da instalação irregular desses equipamentos seja resolvido de maneira definitiva.
O Jornal da Gente havia denunciado a suspeita da possível construção de um desses equipamentos na Rua Guaipá, Vila Leopoldina e a presença de outros dois na Rua Tomé de Souza, Alto da Lapa. Segundo o presidente da Associação de Amigos e Moradores pela Preservação do Alto da Lapa e Bela Aliança (Assampalba), Roberto Rolnik, o proprietário do terreno onde está instalada uma das torres na Tomé de Souza foi apenas multado pela Subprefeitura em 17 de março do ano passado . “A construção da outra antena, na mesma rua, foi abandonada há cerca de um ano e meio por conta das denúncias que fizemos na ocasião”, conta Rolnik. Segundo ele, o proprietário foi autuado em julho de 2004, pois a nova obra apresentava documentação irregular. “Ainda no ano passado houve outra tentativa de reiniciar a construção, mas o pedido para tanto foi novamente indeferido”, acrescenta o presidente.
O processo, que foi aberto em 16 de agosto deste ano, está em análise. Com a nova lei, muitos moradores estão bem atentos quando surgem essas construções nas proximidades, pois o problema fica mais complicado de ser resolvido quando a antena já está instalada.
Já na Vila Romana, os moradores convivem, desde 1999, com uma torre irregular erguida na Rua Aurélia. “Só soubemos que a construção apresentava irregularidades, depois de um ano, quando um fiscal da Subprefeitura apareceu para entregar uma intimação ao proprietário”, conta Edilaine Rossi de Godoy, que mora ao lado do terreno onde a antena está instalada,. “Depois disso, o portão foi lacrado e interditaram o local, mas há barulho o dia todo”, acrescenta moradora, referindo-se ao som que a torre emite durante um período de 10 minutos.
Terreno na Leopoldina
Quanto a uma suposta construção de uma antena na Rua Guaipá, a subprefeitura da Lapa informa que a movimentação no local se refere a um centro de recepção e transmissão de fibra ótica da Telemar. O engenheiro Paulo Ribeiro, da Zopone Engenharia, empresa responsável pela edificação da obra confirmou a instalação no local de uma central de dados, que nada tem nada a ver com telefonia celular. Além disso, na semana passada, foi colocada uma placa com o número de registro da subprefeitura e do CREA, (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de São Paulo). Segundo a diretora de Novas Tecnologias do Movimento Defenda São Paulo e Presidente do Conselho Deliberativo da Viva Pacaembu por São Paulo, Ienidis Bênfatis o problema da instalação de antenas de telefonia celular é preocupante. Existem estudos mostrando que a radiação desses aparelhos pode acarretar insônia, ansiedade, dor de cabeça. Apesar de estudos não comprovados, existe a possibilidade de causar câncer, além de má formação fetal.
