JOSÉ DE OLIVEIRA JR. REPÓRTER
O tradicional clube de Vila Leopoldina, Nove de Julho, comemorou seus 66 anos de aniversário no mesmo dia da Revolta Constitucionalista de 1932. Segundo Eduardo Porazenka, um dos últimos diretores do clube, o Nove de Julho foi considerado um dos grandes times de futebol da várzea paulista entre as décadas de 40 e 50.
Conhecido como serrote, por causa do símbolo estampado na bandeira azul e branca, o Nove de Julho também era famoso pelas suas festas, que começavam às 10h e só terminavam de madrugada. “Havia muita comida, bebida e atrações, como a escolha da Rainha. O clube ainda tinha uma madrinha, chamada Marcilha Braghini”, relembra Porazenka, cuja família é uma das fundadoras do Nove de Julho. Ele ressalta a importância dos Ferreira, Pedroso, Merlurco, Oliveira e Gregório, além dos Braghini, como expoentes da memória do Nove de Julho.
Os sócios e simpatizantes do clube freqüentavam o Bar da Marcilha, localizado na esquina das ruas Barão da Passagem com Carlos Weber. Lá havia, além de um bar, espaço para padaria e um local reservado para jogar bocha.
“Marcilha se impunha sobre os homens numa época muito machista. Ela se dedicava muito por amor ao clube, inclusive comemorando seu aniversário no dia 9 de julho”, narra Porazenka, lamentando a morte da fiel torcedora do clube no final dos anos 80.
Na festa de aniversário, ocorrida neste ano, estiveram presentes os remanescentes do Nove de Julho, como Odair Costa, Antonio Silva (o Corisco), Clodoaldo de Oliveira, Antonio Roberto, Mauro Majunte, além da família Ferreira, com Edson, Ariovaldo, Jacinto e Neimar. O Nove de Julho fica na sede do Botafogo de Vila Leopoldina, localizado na Avenida Imperatriz Leopoldina, 609 – inclusive o atual presidente do Botafogo, Paulo Garcia, também comanda o Nove de Julho.